Raimundo Couto

Jornalista especializado no setor automotivo, escreve às quartas-feiras no caderno Veículos

História é para contar (final)

Publicado em: Qua, 28/02/18 - 03h00

Continuamos nesta semana com a contar as curiosas histórias por trás dos emblemas das marcas de automóveis. Começo explicando como a lendária marca italiana dos cobiçados esportivos, a Ferrari, escolheu o cavalinho rampante como símbolo. O desenho do cavalo preto empinado sobre o fundo amarelo era usado no avião de Francesco Barraca, piloto de caça italiano morto na Primeira Guerra Mundial. A pedido da mãe de Barraca, o comendador Enzo Ferrari, criador da marca, passou a adotar o emblema em seus carros desde 1923.

Por sua vez, sobre o mesmo guarda-chuva da Ferrari, a Fábrica Italiana de Automóveis de Turim (Fiat), adotou a sigla da marca como símbolo. Hoje, ele é inscrito com letras brancas sobre fundo vermelho. Ainda do país da bota, vem o touro dos esportivos da Lamborghini. Ferruccio Lamborghini, criador da marca era fanático por touradas. Dois modelos emblemáticos da empresa, inclusive, receberam o nome de touros famosos – Diablo e Murciélago. Ainda na Itália, o logotipo da marca Maserati representa o tridente de Netuno, símbolo da cidade de Bolonha. A fábrica foi fundada em 1919 pelos irmãos Carlo, Bindo, Alfieri, Ettore e Ernesto Maserati. Um trevo de quatro folhas destaca a Alfa Romeo, chamada de Quadrifoglio. Era o amuleto usado pelo piloto Ugo Sivocci, considerado herói da marca depois de ter morrido em um acidente, em 1923, no circuito de Monza. A partir daquele ano, todos os carros de corrida da Alfa passaram a ter esse logotipo na carroceria.

Da Itália para o Japão, a Mitsubishi conta com um diamante de três pontas que remete à resistência e à preciosidade. O símbolo veio do nome da marca: “Mitsu” significa “três” em japonês, e “Bishi” significa “diamante”. A Nissan traz uma moldura azul (cor do céu e do sucesso na cultura japonesa) e um círculo vermelho ao fundo (que representa a luz do sol e a sinceridade) remetendo ao provérbio “sinceridade leva ao sucesso”. “Nissan” significa “indústria japonesa”.

Uma das únicas fábricas independentes, a Subaru, na língua japonesa e significa “plêiade” (conjunto de estrelas). Isso explica a constelação adotada como logotipo da marca. A alemã Porsche é caracterizada por dois brasões sobrepostos: o da região de Baden-Württemberg e o da cidade de Stuttgart (o cavalo empinado), sede da marca alemã. A marca adotou o símbolo a partir de 1949. Já a francesa Renault é conhecida pelo losango parecido com um diamante. O logotipo foi adotado em 1925, para sugerir sofisticação e prestígio. Desde então, teve quatro mudanças de visual. O primeiro símbolo, de 1898, eram dois “R”, em homenagem aos irmãos Louis e Marcel Renault, fundadores da marca francesa. Por sua vez, o leão estilizado da Peugeot representa a “qualidade superior da marca” e homenageia a cidade de Lion. Ele é usado pela fabricante desde 1919. De lá pra cá, o logotipo da Peugeot sofreu sete modificações, todas muito sutis.

Presente no imaginário desde sempre, como carro mais caro do mundo, a Rolls-Royce traz até hoje dois “R” no logotipo, que eram estampados em vermelho. Com a morte de seus dois fundadores, Charles Rolls (1910) e Frederick Royce (1933), as letras passaram a ser grafadas em preto, em sinal de luto. Para terminar, o emblema da Volvo representa um círculo cinza com uma seta apontada para “nordeste”, o que costumava ser o símbolo químico do ferro. Apesar das aparências, o logotipo não faz referência ao símbolo do sexo masculino. O círculo com a seta nessa posição é também uma representação antiga do Deus Marte, guerreiro mitológico romano que era considerado o Deus da guerra. 

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