RAIMUNDO COUTO

Na rastro da evolução

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2017 | 03:00
 
 
Duda Carvalho/divulgação

São simplesmente fantásticas as modificações que o automóvel de passeio sofreu em sua aparência nesse pouco mais de um século de existência. Mas, certamente, muito maiores e importantes foram as modificações técnicas pelas quais ele passou nesse período.

Dos carros a magneto acionados por manivelas aos que hoje o usuário tem à disposição – um verdadeiro mar de tecnologia – há uma enorme distância de conforto e eficiência. Nessa dimensão, a confiabilidade agrega esses itens à segurança e, também, à performance com os quais o consumidor pode contar em seus cada vez mais modernos automóveis.

Há uma série de exemplos, mas vamos focar apenas uma das mais recentes modificações, embora já deixou de ser novidade há quase uma década e meia. Referimos-nos, a um item a que, costumeiramente, foi atribuída a atenção que merece, embora seja essencial ao funcionamento de todo e qualquer veículo. Falamos da quase sempre esquecida bateria.

Não faz muito tempo, até com certo exagero, podia se dizer que um simples olhar era o suficiente para que ela descarregasse. Esquecer os faróis acesos ou o rádio ligado era fatal. Só uma recarga na bateria para fazer o motor voltar a funcionar.

Hoje, os sistemas eletrônicos poupam a energia, e, cada vez mais, as reservas são menos exigidas. A principal diferença em relação à bateria de uns anos para cá foi a quase total dispensa de manutenção, como aquela sempre irritante verificação do nível de água. Hoje, selada, a bateria tem média de tempo de vida útil de até cinco anos. O que ainda não foi possível modificar foram o tamanho e o consequente espaço por ela ocupado. Esse é um dos motivos para que os automóveis elétricos, que nada poluem, possam ser desenvolvidos em sua plenitude de utilização. Os híbridos em oferta no mercado são caros, geram pouca potência e têm restrições que prejudicam sua produção em escala comercial. O tamanho ocupado pela bateria é uma delas.

Não se pode supor, porém, que tudo vem ocorrendo neste compasso. Há alguns itens que não acompanham essa sintonia. O pneu e o processo para sua substituição é um deles. O famigerado “macaco”, que só tem sua existência lembrada quando da eventualidade de um pneu furado, é o mesmo há décadas.

Quando o automóvel foi criado, as rodas eram de borracha maciça. Mas logo alguém teve a feliz ideia de inventar as hoje já abolidas câmaras de ar. E, de lá a esta parte, praticamente não houve alterações, a não ser, obviamente, a utilização de compostos mais resistentes e duráveis.

Novo, mesmo, nessa seara são os pneus do tipo run flat. Projetado para rodar mesmo se estiver furado, ele não causa danos às rodas. Mas isso apenas por no máximo 80 km, até que possa ser feito o reparo ou a substituição. Contudo são específicos para serem utilizados em certos veículos já concebidos para essa tecnologia. Todos os equipamentos que possuem o sistema run flat pedem um sistema de monitorização da pressão dos pneus, senão o condutor pode não perceber que ele foi furado. Portanto, ainda longe de ser uma opção viável ao pneu tradicional.

Coluna originalmente publicada em 18 de janeiro de 2017