Todas as tendências estão indicando que, a partir de agora, será muito comum uma parceria entre grandes empresas com o objetivo de diminuir custos na divisão de projetos que visam agregar valor ou a seus produtos, ou aos serviços prestados por estas companhias.
Mas não será, necessariamente, a compra ou a aquisição de uma pela outra nem uma espécie de aliança, como aconteceu entre a Renault e a Nissan, que agora está sendo contestada pela segunda.
Será mesmo um compartilhamento do que de melhor uma pode oferecer à outra em busca de um ganho comum para ambas. Como um exemplo, duas montadoras alemãs e concorrentes, Daimler AG (Mercedes-Benz) e BMW, a primeira de Stuttgart e a segunda com sede em Munique, estão se unindo em uma proposta para desenvolver, em conjunto, tecnologias de condução autônoma. E não é para um futuro tão distante; esperam colher frutos desse esforço conjunto já em meados do próximo ano.
Além das novas tecnologias de condução autônomas, sistemas de assistência ao motorista também são foco dessa parceria. As duas empresas assinaram um “memorando de entendimento” para formalizar a parceria, que é fundamental para a mobilidade do futuro e representa uma cooperação estratégica de longo prazo cujo objetivo é disponibilizar no mercado essas tecnologias em 2020.
Por meio do acordo, as empresas poderão compartilhar as suas expertises e experiências de modo a acelerar o desenvolvimento das futuras tecnologias, com ciclos de inovação mais curtos.
Além da sinergia e do pioneirismo, para ambas as empresas a segurança dos ocupantes e dos pedestres é um tema fundamental para a confiabilidade desses novos sistemas. O trabalho conjunto seguirá diversas etapas de automação, como os níveis três e quatro (rodovias) ou até mesmo em áreas urbanas. O desenvolvimento das atuais tecnologias de automação não será afetado pela parceria.
Além disso, a Daimler AG e o BMW Group seguirão realizando parcerias com outras empresas de tecnologias e fabricantes de automóveis que podem contribuir para o êxito da plataforma.
Outras duas gigantes do automóvel que recentemente anunciaram um acordo similar, foram a Volkswagen e a americana Ford, que, no último dia de imprensa, durante o Naias 2019, ou Detroit Auto Show, em janeiro último, não só confirmaram a intenção de se unirem em uma parceira industria, como foram mais além e detalharam planos e projetos futuros que resultarão deste acordo.
Em linhas gerais, as duas montadoras, em conjunto, produzirão veículos comerciais, dividirão suas expertises em tecnologia para o desenvolvimento de automóveis elétricos e autônomos e, a grande novidade, passarão a disputar o concorrido mercado de picapes, de mãos dadas. Desta forma, a plataforma e o powertrain (motor e caixa) serão os mesmos para ambas, o que as identificará será o design externo e, claro, o logo que cada uma delas, Ford e VW, ostentará na grade dianteira.
É mesmo um caminho sem volta, e dificilmente sobreviverá nos novos tempos em que estamos vivendo quem pensar que poderá seguir sozinho, assumindo elevados custos que poderiam ser divididos, sem contar com a possibilidade que esse tipo de casamento, em que cada um vive na sua casa, permitirá: o compartilhamento de um dos maiores valores que possui uma empresa, o know-how e a expertise adquiridos ao longo de tantas décadas no mercado. Quem viver verá...