Até agora, o movimento em defesa das usinas da Cemig tem tido baixíssima ressonância social. As manifestações nos últimos dias de líderes mineiros, tanto do governo como da oposição, numa convergência política inédita, passaram despercebidas na imprensa nacional, que segue tratando o caso como questão setorial e de menor relevo. A campanha está sendo ignorada até pela população do Estado, que segue alheia ao imbróglio, desinformada de tudo. Nem dá para avaliar se os mineiros se interessam ou se sensibilizam pela causa: a história ainda não chegou até eles.

A sinalização no STF sobre o pedido de suspensão do leilão das usinas não é muito animadora para a Cemig. O pedido será analisado hoje pela Segunda Turma da corte. O relator da ação, ministro Dias Toffoli, emitiu o seguinte parecer em despacho no dia 15, após ouvir a Advocacia Geral da União: “Diante da taxativa manifestação da União, é de ser mantida a inclusão em pauta do presente feito”. O “feito” a ser mantido em pauta seria o leilão.

As pastas da Fazenda, Minas e Energia e Planejamento já comunicaram ao STF que rejeitam a proposta de acordo da Cemig. E confiantes na vitória na corte, tocam os preparativos para o leilão no dia 27 de setembro, incluindo contatos com investidores. A preocupação da equipe de Temer é mais com a atração de potenciais compradores e bem menos com eventuais reações mineiras.

Movimentos sociais dos Sem-Terra e Atingidos por Barragem e também sindicalistas estão se organizando para ocupar as usinas de Jaguara, São Simão e Miranda, caso sejam leiloadas.

Em busca de um palanque para sua campanha presidencial em Minas, o senador democrata Ronaldo Caiado está tentando atrair para o DEM o ex-deputado Dinis Pinheiro, que se prepara para disputar o governo de Minas e já expressou desejo de sair do PP, sua atual legenda. Os dois pré-candidatos fizeram agenda juntos recentemente no Triângulo Mineiro.

O prefeito Alexandre Kalil em rara aparição em evento social, prestigiando o Proação Fashion Day com Marcia Prudente, Ana Lender (sua esposa) e Angela Proença.

O chefe da PGR, Rodrigo Janot, está aguardando a conclusão e divulgação da delação de Lúcio Funaro, o operador do PMDB, para encaminhar a segunda denúncia contra Temer ao STF, desta vez por obstrução de Justiça. 

A movimentação da Polícia Federal nos últimos dias, deslocando Funaro de cela, indica que a delação do operador peemedebista está no fim, talvez já concluída e dependente apenas dos trâmites burocráticos. Se for assim, um novo escândalo envolvendo o presidente Temer na Lava Jato está muito perto de eclodir. De repente, ainda nesta semana.