Raquel Faria

Campanha vazia
Publicado em: Fri Aug 01 03:00:00 GMT-03:00 2014

Campanha vazia

Os principais candidatos já estão em cena desde 2013. A eleição é o grande assunto da mídia há meses. Porém, apesar da campanha já longa, a três meses do pleito, não se vê nenhuma proposta de qualquer candidato a qualquer cargo repercutindo e sendo discutida por eleitores nas redes sociais ou nos espaços de debate dos veículos de comunicação. Até aqui, nada despertou interesse coletivo.

Apagão de ideias

Os planos de governos lançados, sem exceção, não passam de centenas de propostas periféricas e chavões genéricos amontoadas sem eixo e sem foco. Pratos requentados de outras eleições, sem nenhuma grande ideia nova, nenhum caminho ou estratégia para solução de problemas centrais como, por exemplo, a retomada do crescimento e o enfrentamento da corrupção e da impunidade. Os candidatos andam repetitivos e dispersivos, como se tivessem perdido momentaneamente as habilidades intelectuais, afetados por apagão semelhante ao que ocorreu à seleção no jogo contra a Alemanha.

A verdade dói

No caso da política, a pane geral de cabeças pode ter origem nas contas públicas, do país e dos Estados. Pelo nível de aperto atual nos governos, parece razoável supor que as primeiras medidas dos novos governantes deverão ser de arrocho fiscal: corte de despesas ou aumento de impostos ou ambas as coisas. Alguém quer falar sobre isso? Não. A verdade dói. Melhor ter apagão agora e conversar sério em 2015.

Ao ataque

O comício do PT em Montes Claros hoje deverá ser pródigo em críticas ao PSDB e Aécio, em linha com a nova fase da campanha de Dilma, agora mais ofensiva, e com as pesquisas que apontam redução da frente de Fernando Pimentel sobre Pimenta da Veiga. O acirramento na eleição mineira não é uma opção, mas uma imposição: os petistas precisam deter o avanço tucano, que tem sido lento, mas constante.

Fora de curva

O índice de 31% de indecisos na eleição para governador de Minas, apurado pelo Ibope, está muito elevado em relação às eleições passadas e aos demais Estados pesquisados pelo instituto. Em São Paulo, os indecisos são 14% e no Rio, 12%.

Dois tempos

Com 1/3 do eleitorado sem saber em quem votar, qualquer prognóstico hoje é furado: a eleição está totalmente indefinida. Mas, há uma forte sinalização de segundo turno, por dois motivos indicados no Ibope: a ausência de um líder isolado na disputa e a dispersão de votos por vários nomes, com todos os nanicos pontuando na pesquisa.

Cabeças rolando

Dias após o affair sobre relatório do Santander com viés eleitoral, cai o vice-presidente que responde justamente pela política institucional do banco no país. O Santander diz ser mera coincidência. Mas, a ordem dos fatos é essa: governo chiou, cabeça rolou.

Burguês 45.0

Léo Burguês interrompeu a campanha de deputado nesta quarta-feira para comemorar o seu aniversário com vereadores, amigos e aliados na boate Chalezinho, uma das mais badaladas da cidade. O presidente da Câmara de BH completou 45 anos.

Jogo de queimar

Preocupa tucanos e diverte petistas um ataque digital que vem se disseminando pela internet. Trata-se de um totem de papelão impresso com imagem em tamanho natural de Pimenta da Veiga, que é levado a conhecer Minas Gerais. O nome do boneco não deixa dúvida de que o humor é só pretexto para uma crítica corrosiva ao candidato tucano, ausente do Estado por muitos anos: Turista da Veiga.

Farra das placas

Está na mesa do prefeito Marcio Lacerda, à espera de sanção, um projeto que inibe a poluição visual de edifícios, lojas e casas, restringindo o uso de faixas e placas para venda ou aluguel. Hoje, o uso é uma farra: há quem espalhe anúncios de alugue-se ou vende-se por todos os espaços visíveis do imóvel, até nas áreas coletivas.