Raquel Faria

Cortar ou cortar
Publicado em: Tue Jan 03 02:00:00 GMT-03:00 2017

Cortar ou cortar

A exoneração em massa de ocupantes de cargos em comissão ontem na PBH abriu caminho para a redução de pessoal. Só deve retornar quem for considerado indispensável. A ordem de Kalil é cortar ao máximo. Aliás, o corte de cargos e despesas deu a tônica dos discursos de posse no domingo, em todo o país: virou o novo mantra da gestão pública brasileira.

Foco capenga

Não se ouviu na posse dos novos prefeitos das maiores capitais nenhuma palavra sobre desenvolver a economia local para gerar empregos e receitas. Os discursos estiveram focados somente nas despesas, como se o corte de gastos fosse resolver a crise fiscal dos governos. Não irá. Se as receitas não reagirem, a redução de gastos será tão (in)eficaz como enxugar gelo.

Dia da batalha

Ficou para a primeira reunião do conselho de representantes da Fiemg em 2017, no próximo dia 30, a decisão sobre a mudança no estatuto para permitir a reeleição do presidente Olavo Machado ao terceiro mandato. A reunião marcará o primeiro confronto entre o grupo no poder e a oposição, servindo de indicador ou teste da força eleitoral de cada grupo na entidade.

Mãos às armas

A campanha pró e contra o terceiro mandato deve esquentar ao longo do mês. Há industriais cancelando ou adiando férias para articular votos no conselho da Fiemg, formado por representantes dos sindicatos filiados.

Administrável

Uma semana atrás, um membro do grupo de Kalil avaliou que a reeleição de Henrique Braga (PSDB) na presidência da Câmara de BH não seria uma solução ruim para o novo governo, embora esteja longe do ideal. A fonte foi um dos articuladores da candidatura do Dr. Nilton, derrotada por Braga.

Apogeu nanico

Destaca-se na nova Mesa Diretora da CMBH o predomínio dos partidos nanicos. À exceção do presidente tucano, todos os demais membros são de siglas inexpressivas: o primeiro vice é do PTdoB (Orlei) e o segundo do PSL (Burguês); a Secretaria Geral ficou com o PMN (Valdivino), a primeira secretaria com o PTC (Juliano) e a segunda com o PSDC (Catatau). Reflexo da dispersão partidária na Casa, hoje com 21 legendas, uma para cada dois vereadores.

Luiz Cláudio Chaves, vice-presidente da OAB nacional, entidade que deve ampliar seu papel político em 2017, comemorando o novo ano com a mulher Ana Carolina Gonzaga.

Efeito Dilma

Os novos prefeitos não terão muito tempo para mostrar a que vieram. No atual ambiente de desconfiança em relação aos políticos e governantes, eles não poderão contar com a tolerância da sociedade e terão que começar a apresentar resultados rapidamente, com pena de caírem no descrédito já no início do mandato, como ocorreu com Dilma. O risco de “dilmização” ameaça a popularidade e, por extensão, a governabilidade.

Mico do João

Em São Paulo, João Doria não convenceu ninguém com sua chacrinha no primeiro dia de governo, quando obrigou os secretários a se vestirem de garis e simularem uma varrição de rua enquanto dava entrevistas segurando uma vassoura. A “marquetagem” ficou patética de tão explícita.

Aparências

As nove secretarias “extintas” na PBH só acabaram no nome. Na realidade, nenhuma pasta foi eliminada; apenas se alterou o status das administrações regionais, que haviam sido elevadas a secretarias na gestão Pimentel. Mas, as estruturas continuam existindo. No máximo, serão reduzidas.