Raquel Faria

Efeito nacional
Publicado em: Tue Sep 18 03:00:00 GMT-03:00 2018

Efeito nacional

O resultado do novo DataTempo/CP2, embora favorável a Anastasia, não aliviou as preocupações na campanha tucana. A pesquisa apontou possível vitória do senador em 1º turno, mas por margem apertadíssima, de mero um ponto: 30,6% a 29,6%. O que significa incerteza; ou seja, pode dar 2º turno em Minas, para dissabor e apreensão do PSDB e seus aliados. Anastasia e principais assessores estão cada vez mais temerosos dos efeitos na disputa estadual de uma polarização entre Bolsonaro e Fernando Haddad na eleição presidencial. Na avaliação tucana, o cenário nacional torna um eventual 2º turno no Estado benéfico para Pimentel e dificílimo para Anastasia.

Tudo de ruim

O raciocínio ouvido ontem na coligação do PSDB é o seguinte: se for para o 2º turno nacional, o presidenciável do PT, Fernando Haddad, irá investir pesado em Minas Gerais (além do Nordeste), tendo ao lado Dilma Rousseff já provavelmente eleita senadora. E ambos pedirão votos para Pimentel com a promessa de mais apoio federal ao governo do Estado que enfrenta crise financeira. Por outro lado, Anastasia seria forçado a aceitar o apoio e assumir o palanque de Bolsonaro, o que não lhe agrada “pessoalmente nem um pouco”, segundo as palavras de uma fonte próxima.

Risco de seca

Nos últimos dias, apareceu mais um fator para alimentar a preocupação tucana com o 2º turno no Estado. A direção nacional do PSDB alertou que o partido não poderá ajudar financeiramente a campanha de Anastasia se a candidatura Alckmin naufragar no 1º turno. O dinheiro ameaça sumir, sem a candidatura presidencial que tem a preferência no meio empresarial.

Ao ataque

Em ofensiva para ganhar de primeira, a partir desta semana a campanha de Anastasia está não só intensificando os ataques a Pimentel como também partindo para críticas aos concorrentes menores, cujo crescimento começa a incomodar. O receio dos tucanos é que Adalclever e Zema avancem na reta final e com isso levem a eleição ao 2º turno. Daí tentar obstruí-los.

Grupo de energia

Grupo de elite do setor energético reunido em evento na FGV, na sexta-feira, 14: O presidente da Eletrobrás, Wilson Ferreira; o presidente da FGV, Carlos Ivan Simonsen; os diretores da Aneel, André Pepittone e Efrain Cruz; e os diretores da FGV, Carlos Quintella e Lindolpho Dias

Bumerangue

Se Bolsonaro está em condições físicas de desferir ataques a adversários, também se acha apto para levar paulada deles. Com o vídeo postado no domingo, em que mira o PT em discurso de tom agressivo, o candidato do PSL apressou o fim da trégua na campanha e a retomada das críticas à sua candidatura. A pancadaria contra ele se arma por todos os lados.

Fora do manual

A estratégia de manter a agressividade e focar no antipetismo contraria os conselhos de um marqueteiro internacional consultado por membros da campanha quando Bolsonaro estava na UTI. A recomendação profissional, com base nos manuais de marketing era de suavização da fala. O candidato tomou o caminho oposto. Ou vai dar muito certo. Ou muito errado.

Terça gorda

A noite desta terça-feira será rica em debates intelectuais na capital, sobre a história passada e a que está sendo escrita nestas eleições. A historiadora Sandra Starling, estudiosa do regime militar, palestra no projeto Sempre Um Papo no auditório do Sesc; o pesquisador Manuel Villas Boas (Doxa) e o presidente do BDMG, Marcos Crocco, discutem as eleições mineiras no Conselho Regional de Economia; e o jornalista Mauro Werkema lança na Casa Fiat de Cultura um livro que reconta sob nova perspectiva os vários séculos de Ouro Preto, berço da urbanização e da identidade mineira.