Raquel Faria

Fim de novela
Publicado em: Sun Apr 05 03:00:00 GMT-03:00 2015

Fim de novela

A escolha do desembargador Reynaldo Fonseca para a vaga aberta no STJ, na sexta-feira, reforçou expectativas de que Dilma anuncie finalmente nesta semana o sucessor de Joaquim Barbosa. A novela da nomeação que irá completar o quadro de ministros do STF já se arrasta há uns dez meses.

Palatável

As maiores apostas hoje estão em Mauro Campbell, ministro do STJ que alia o saber jurídico a uma boa convivência com caciques peemedebistas. Ele foi secretário de governos do PMDB no Amazonas, o que deve facilitar a aprovação do seu nome no Senado dominado pelo partido.

Líder do cajado

Maria Elvira Salles Ferreira foi reeleita presidente da Associação das Caminhantes da Estrada Real, que executa projeto voluntário para plantio de 1 milhão de árvores no Estado. A posse junto com a diretoria será no dia 24 de abril, em cerimônia no Museu Histórico Abílio Barreto, com apresentação da Orquestra Jovem das Gerais, regida por Carlos Aleixo.

Cavalo de pau

Os publicitários estão aguardando uma grande movimentação no mercado em função da mudança de governo. As informações são de que Pimentel pretende trocar as agências de propaganda do governo, assim que possível. Acredita-se que as agências próximas aos tucanos acabarão substituídas por outras que andaram à margem da propaganda oficial nos últimos anos.

Outra história

Foi a construtora mineira ARG, e não a baiana Odebrecht, que intermediou o patrocínio do desfile da Beija Flor pela Guiné Equatorial, segundo a nova edição da revista “Matéria Prima”. A revista afirma que a empresa criada em Belo Horizonte por Adolfo Geo e seu filho Rodolfo mantém há cerca de sete anos relações comerciais com o governo do ditador Teodoro Obiang.

Bilhões em carteira

A ARG começou a operar na Guiné Equatorial em 2007, atraída pelo rápido enriquecimento do país após a descoberta de reservas de petróleo. Desde então, já teria faturado lá uns €$ 6 bilhões, nas contas da revista. No site da empresa, consta que ela executa no momento as duas maiores obras rodoviárias do país, orçadas em R$ 2,5 bilhões.

Caindo no samba

Obiang teria caído de amores pelo samba e pela Beija Flor em 2013, após ver os desfiles na Sapucaí e levar a escola de Nilópolis para apresentações públicas na Guiné. Tudo com a ajuda de Rodolfo Geo. O ditador gostou tanto da Beija Flor, e do sucesso do samba no seu país, que tentou financiar a escola já no desfile de 2014, só não o conseguindo por falta de tempo.

O favorito

Vereadores com acesso ao gabinete de Marcio Lacerda não têm dúvidas em apontar Josué Valadão como o nome que o prefeito gostaria de apoiar para sucessor. Principal membro do grupo lacerdista, Valadão comanda a pasta de Obras, estratégica para ganhar musculatura política e se credenciar como herdeiro da atual administração. Ele pode perder a preferência para outro, até a definição do nome. Mas, hoje, é um dos mais fortes pré-candidatos.

O roteiro

O secretário de Governo da PBH, Vitor Valverde, ligado a Valadão como unha à cutícula, disse à coluna que a escolha do candidato governista a prefeito se dará por etapas, seguindo um rito processual já estabelecido pelo prefeito. “Primeiro, será definido o perfil do candidato que queremos. E depois, então, veremos o nome que se encaixa no perfil”, explicou.

O cronograma

Não interessa ao prefeito precipitar a sucessão: isso seria o mesmo que apressar o fim do seu governo, além de antecipar as disputas inevitáveis em torno da chapa oficial. Por tudo isso, a definição do candidato governista em Belo Horizonte só deve ocorrer em 2016, e mais próximo da campanha.

O contexto

Muitos analistas estão prevendo uma campanha pulverizada no ano que vem, com grande número de candidatos e menor influência dos partidos. O que ajuda o governismo. Dois fatores reforçam tal prognóstico: os partidos em geral estão em descrédito e os caixas eleitorais tendem a se esvaziar com a operação Lava Jato e o provável fim das doações de empresas.