Raquel Faria

“Longo” caminho
Publicado em: Thu Apr 21 03:00:00 GMT-03:00 2016

“Longo” caminho

Membro da defesa de Fernando Pimentel garantiu ontem que o governador não corre risco de afastamento imediato do cargo. Disse haver um “longo caminho” até uma eventual decisão no STJ que ameace a permanência do governador. Segundo o advogado, qualquer desfecho ainda levaria meses: “A curto e médio prazos, não há chance de afastamento”, afirmou.

“Nada” por ora

No momento, dois inquéritos da PF estão chegando à PGR, que irá analisar tudo para decidir se faz denúncia ao STJ. O advogado de Pimentel acha que a PGR vai demorar a emitir o seu parecer. E no caso de haver denúncia, o governador terá direito à defesa prévia antes de ser afastado pelo relator da operação Acrônimo, Herman Benjamin. “Não se vislumbra nada imediato ou irreversível contra o governador”, enfatizou a fonte.

Ouro-pretanos

A disputa pela Prefeitura de Ouro Preto já tem três candidatos fortes: o atual prefeito José Leandro, do PSDB, que deve tentar a reeleição; o ex-prefeito Júlio Pimenta, do PMDB, nome apoiado pelo secretário Angelo Oswaldo; e a do ex-reitor Caio Bueno, recém-lançado pelo PSB e estreando na política pelas mãos do jornalista Mauro Werkema.

Potin internacional

A mídia estrangeira é um complicador para o impeachment. O processo está ganhando ares de escândalo internacional: aos olhos do mundo, o Brasil está afastando sua presidente por irregularidade contábil enquanto mantém em seus cargos réus por corrupção como Cunha. A oposição já enviou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ao exterior para tentar mudar a percepção lá fora. Mas não está dando certo.

Front externo

Dilma tentará amplificar as críticas estrangeiras com uma campanha externa contra o “golpe” a partir de amanhã na ONU, aproveitando viagem agendada antes aos EUA. Depois, fora do cargo, ela terá tempo de sobra para viajar em busca de apoios e plateias. Se a estratégia de vitimização de Dilma vai emplacar no front externo, não se pode dizer com segurança. De todo modo, a internacionalização do impeachment já é inexorável.

Barril de pólvora

A inflação em Buenos Aires chegou a 11,9% no 1º trimestre. Se esse ritmo de aumento de preços for mantido, a inflação fecha 2016 perto de 50%.

Mudando de mão

A Secom abriu mais uma licitação de propaganda, desta vez para o BDMG. As contas publicitárias da administração direta já estão em concorrência, assim como as da Copasa. Ainda neste semestre, quase toda a comunicação do governo Pimentel já deverá estar nas mãos de novas agências.

Dois e nenhum

O julgamento de Dilma no Senado tende a se arrastar por meses, avançando pelo segundo semestre, com o ritmo cauteloso que os presidentes do Senado e do STF pretendem dar ao processo e com a série de recursos que a defesa irá interpor para ganhar tempo. O Brasil pode passar a maior parte de 2016 com uma presidente afastada e um presidente interino. Dois mandatários precários e nenhum governo.

Blindagem

Velha raposa da política nordestina, Renan Calheiros já achou o jeito de se livrar das pressões para acelerar o passo do impeachment no Senado: vai “chamar” Lewandovsky a assumir o quanto antes o comando do processo. O acesso do grupo de pressão ao presidente do STF é muito mais difícil.

Danos totais

A prisão do prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, teve caráter preventivo e não temporário. Isso significa que ele deve mofar por um longo tempo na cadeia, com prejuízos devastadores para sua carreira política e também para seus negócios privados, incluindo o jornal diário que adquiriu em BH.