Raquel Faria

Novo arranjo
Publicado em: Sun Apr 15 03:00:00 GMT-03:00 2018

Novo arranjo

Uma semana após seu lançamento para o Senado, o nome de Dilma corre de boca em boca na base governista para a disputa pela Câmara Federal. Os defensores da mudança argumentam que a ex-presidente pode ajudar mais o PT e o governo Pimentel como carro-chefe da chapa parlamentar; estima-se que sua votação chegaria a centenas de milhares e puxaria a eleição de vários deputados. De quebra, e não menos importante, o novo arranjo ajudaria a apaziguar os ânimos da base governista, em polvorosa desde a entrada da ex-presidente na campanha mineira.

Divisão de campo

A percepção dominante nos meios políticos, e não só governistas, é que a divisão ideológica do eleitorado impede a eleição de dois senadores do mesmo campo. A aposta geral é que um senador sairá da direita e outro da esquerda. Assim, ao entrar na corrida pelo Senado, Dilma inviabiliza a vaga para os interessados do campo de Pimentel. Por isso, muitos governistas não a querem concorrendo ao Senado, e sim à Câmara.

Falta combinar

Até onde se sabia nessa sexta-feira, Dilma ainda não foi sequer procurada para conversas sobre a possível troca de sua candidatura. Ela está alheia às especulações sobre seu nome nos bastidores mineiros. Passou a semana na Europa, em palestras contra a prisão de Lula e um descanso pré-eleitoral. Impossível prever as reações da ex-presidente ao novo plano que está sendo traçado para ela em Minas.

Boom de nanicos

O ex-ministro Aldo Rebelo (SD) é o décimo postulante nanico ou minicandidato a se lançar ao Planalto. A lista dos presidenciáveis com baixa expressão nas pesquisas já inclui Meirelles, Rodrigo Maia, Paulo Rabello, Amoêdo, Flávio Rocha, Alvaro Dias, Valéria Monteiro, Boulos e Manuela. Isso, citando apenas os mais conhecidos, sem contar nomes do tipo Enéas. Ainda tem Alckmin, cujos índices não estão muito acima do pelotão de baixo e que pode ser considerado um nanico mais robusto, um nanicão.

Deu a louca

O boom de presidenciáveis não serve aos próprios e seus partidos ou ao país. A pulverização de nomes leva à dispersão de ideias, dificultando o debate. Também impede a fixação das atenções dos eleitores, fazendo com que candidatos sejam ignorados na campanha e os partidos que os apoiam percam seus escassos recursos em esforços de marketing inúteis. Esse nível excessivo de candidaturas não tem explicação. É insanidade, insensatez. Um sintoma dos tempos malucos que vivemos.

Comércio bilateral

Marcus do Nascimento Cury (Câmara de Comércio e Indústria Argentina-Minas), Lázaro Luiz Gonzaga (presidente da Fecomércio), Ricardo Diab (presidente da Associação Empresarial de Rosário) e Ricardo Massot (cônsul geral da Argentina em BH) durante visita nesta semana de uma delegação argentina à Fecomércio para incrementar as relações entre o Estado e o país vizinho.

Primeira baixa

O sindicato dos jornalistas mineiros pode ser o primeiro no país a encerrar atividades após a reforma trabalhista. A receita da entidade, que foi de R$ 50.634 em julho, caiu para R$ 14.898, menos de um terço, após o início da vigência da reforma, em dezembro. As despesas mensais, mesmo após muitos cortes, passam de R$ 30 mil e geram um déficit insustentável. Outros sindicatos estão na mesma rota falimentar.

 

Fio de esperança

Mas nem tudo está perdido. O sindicato está tentando fazer dinheiro com seu único bem valioso: a magnífica sede na av. Álvares Cabral, conhecida como Casa do Jornalista. A ideia da presidente Alessandra Melo é alugar parte do espaço enquanto procura investidor para um projeto de 32 anos: a construção de um edifício no local, para renda permanente.