Raquel Faria

O plano Trump
Publicado em: Mon Jan 29 02:00:00 GMT-03:00 2018

O plano Trump

Donald Trump já provou ter uma ambição imensa. E determinação para persegui-la. Pois o seu plano é promover um boom econômico nos EUA para superar as resistências internas e externas ao seu governo e garantir a reeleição em 2020. Trump quer acelerar o ritmo de expansão dos EUA para 5% ao ano, mais que o dobro da taxa do PIB em 2017 (2,3%). Ele começou refazendo passos de Ronald Reagan, que turbinou a economia com corte de impostos e estímulos às empresas. Mas não vai parar aí. Ninguém duvide de que Trump usará todos os meios, inclusive a manipulação do dólar, para realizar os seus objetivos. E necessário lembrar: bem ou mal, querendo ou não, todos nós sofreremos as consequências.

Cartola mágica

Há economistas achando a meta de 5% inexequível. É que a reforma fiscal anunciada há dias seria insuficiente para provocar o boom desejado por Trump. Mas como presidente dos EUA conta com uma cartola mágica, que é o poder sobre a moeda de referência internacional. Se quiser, o tesouro americano pode desvalorizar o dólar para aumentar a competitividade do país no exterior. E o incremento da balança comercial, com o aumento das exportações e a redução das importações fomentando a produção nacional, é a via hoje possível para Trump cumprir seu ambicioso plano.

Alerta no ar

A maioria dos analistas econômicos não acredita, ou não quer acreditar, que Trump ousaria iniciar uma guerra cambial no mundo em sua política América First. Mas o aviso já foi dado na semana passada pelo próprio secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, que disse em Davos ser bom para os EUA um dólar mais fraco.

Ponto de quebra

O plano Trump não é única fonte de riscos ou incertezas para a economia mundial que vem dos EUA. Há poucos dias, um conhecido banqueiro, Bill Rhodes (Citybank), considerou “provável” uma correção de 10% a 20% no mercado acionário até o fim deste ano. Ele não é o único nas grandes instituições financeiras a esperar uma quebra próxima nas bolsas.

Protagonismo

O deputado João Magalhães, do PMDB, vem assumindo papel cada vez mais importante nas articulações governistas na ALMG. Hoje, segundo os colegas, ele está no centro de todas as iniciativas de Pimentel na casa.

Low profile

O crescimento de Magalhães na ALMG coincide com certo recolhimento do presidente do legislativo, Adalclever Lopes, também do PMDB. Seja por estratégia política ou por motivos pessoais (ou ambas as razoes), Adalclever tem optado por uma atuação mais discreta nos últimos tempos.

Alfredo Vasconcellos, Waldileia Coelho, Paulo Torres e Maria Elisa Pádua 

Canal aberto

Marcio Lacerda continua em contato com Geraldo Alckmin, através do vice-governador de São Paulo, Márcio França, seu companheiro de PSB. O último encontro do ex-prefeito com o presidenciável tucano foi na semana passada, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

Hall da fama

O entendimento nos meios jurídicos é de que Lula deve ser preso, quando e se vier a sê-lo, por decisão de uma corte de magistrados. O que não elimina a hipótese de uma iniciativa isolada, com algum juiz aproveitando brecha qualquer para assinar a ordem de prisão contra o ex-presidente, ainda que de efeito temporário. A prisão de Lula daria ao seu autor a fama imediata sob os holofotes de toda a mídia; sem dúvida, um baita incentivo.

Guerra em família

A divisão política no país vai quebrando laços afetivos. Uma conhecida empresária de BH e matriarca de uma das mais tradicionais famílias locais está sendo renegada pela filha por motivos ideológicos. A própria mãe contou à coluna neste fim de semana: “Ela (a filha) é petista e rompeu relações comigo e com a irmã alegando que nós somos de direita”.