Segundo um dos apoiadores de Eduardo Cunha, o candidato do PMDB à presidência da Câmara Federal, caso eleito, pretende não apenas recriar a CPI da Petrobras como ainda indicar para o cargo de relator o deputado Jair Bolsonaro (PP). Cunha fez campanha em BH nesta quinta e sexta-feira, quando teria revelado o plano que pode infernizar o governo Dilma.

Bolsonaro é um dos oposicionistas mais radicais e detestados no Planalto. A mera cogitação de seu nome é mais um sinal de que o grupo liderado por Cunha tende ao confronto com o governo. Uma inclinação que ainda pode ser reforçada com a adesão do PSDB ao peemedebista, em eventual segundo turno ou mesmo no primeiro round da eleição legislativa.

Dilma já se arma para enfrentar um parlamento hostil, com a oposição tradicional engordada por dissidentes da base governista, sobretudo do PMDB. Daí ela estar dando corda a outros partidos aliados, como o PSD de Gilberto Kassab e o PROS de Cid Gomes. Esses dois novos ministros estão em alta na Esplanada. E, claro, totalmente empenhados em ajudar o petista Arlindo Chinaglia a derrotar Cunha na eleição de domingo próximo.

Especialmente Kassab deve ter papel de peso na reorganização da base governista, inevitável após a eleição legislativa. Aparentemente, a missão de Kassab com seu projeto de recriar o PL é reunir os peemedebistas leais ao governo aos membros atuais do PSD para formar uma nova legenda. A qual seria a terceira força partidária. Ou um substitutivo para o PMDB.

De uma fonte próxima ao vice-presidente Michel Temer: Dilma não tem falado e tratado com o marqueteiro de sua campanha, João Santana, cujos conselhos ainda não foram solicitados neste segundo governo.

A comunicação entre Dilma e Santana teria sido interrompida no mês passado, coincidentemente por ocasião da entrevista do marqueteiro, agora publicada em livro, em que ele dispara críticas a torto a direito, desancando adversários e até aliados da presidente. Entre as vítimas da língua ferina do marqueteiro está inclusive o governador Pimentel, alvo de um comentário impublicável de tão grosseiro.

Dinis Pinheiro já decidiu abandonar o PP após encerrar o mandato e deixar a presidência da ALMG. Ele ainda não definiu a nova legenda. E não tem nenhuma pressa. Deve ficar um bom tempo no bloco dos sem-partido.

Newton Jr, o herdeiro de Newton Cardoso, ainda não assumiu seu primeiro mandato de deputado e já articula a indicação do próximo presidente da Ceasa Minas com apoio da associação dos atacadistas. Ele já tem um nome no bolso. Mas não o revela até fechar a nomeação.

O atual presidente da Ceasa, Gamaliel Herval, deixa o cargo até meados de fevereiro. Ex-secretário da Justiça e da Educação, ele vai voltar ao primeiro escalão do Estado, designado pelo grupo newtista e pelo vice-governador Toninho Andrade para a pasta da Administração, a ser recriada.

Os hospitais conveniados ao Ipsemg estão há dois meses sem receber pelos serviços prestados aos servidores do Estado. Eles reclamam que o instituto prefere aplicar os recursos de caixa na rede bancária a pagar em dia os fornecedores. E ameaçam, em, represália paralisar o atendimento a partir desta terça-feira.