Raquel Faria

Primeira baixa
Publicado em: Mon Oct 09 03:00:37 GMT-03:00 2017

Primeira baixa

A candidatura presidencial de João Doria já vinha caindo nas pesquisas nacionais e enfrentado resistências no PSDB. Agora, desidrata de vez com a rejeição captada pelo Datafolha em sua própria cidade, São Paulo. Regra básica de marketing, da qual a derrota de Aécio em 2014 foi exemplo: se o candidato não tem o eleitor que o conhece, ele não convence os que não o conhecem. Doria foi com tudo ao pote. Mas se deu mal. Agora, tem apenas 07 meses o prazo de desincompatibilização em abril para reverter a queda de aprovação e viabilizar a candidatura. É tempo curto demais. Doria pode ser a primeira baixa da campanha presidencial.

Voo de galinha

Doria pretendia se firmar como candidato tucano subindo nas pesquisas e se mostrando mais competitivo que o nome natural no partido, Alckmin. E ele até chegou a ensaiar uma grande decolagem, como se fosse águia. Mas, não conseguiu sustentar o voo, que ficou curto como o de galinha. Parte do revés de Doria se deve às suas escolhas erradas. Ele apostou nos ataques a Lula para crescer e foi surpreendido pelo crescimento do lulismo. Também contava com o apoio do seu eleitor e não esperava que a sua ausência da prefeitura pegasse mal na opinião pública.

Contraindicação

O revés de Doria deve manter Alexandre Kalil e Vittorio Medioli longe da campanha estadual. Os prefeitos de BH e Betim aparecem bem colocados nas pesquisas e nos bastidores para a disputa de governador. Mas, até o momento não fizeram nenhum movimento de campanha; ambos se limitam a eventos e viagens relacionadas às respectivas prefeituras. No que fazem muito bem: até onde sabe, Kalil e Vittorio estão se saindo bem melhor que o prefeito paulistano em aprovação do eleitor.

Vice na sombra

Não se tem o número preciso das viagens de Doria em seus primeiros 09 meses de governo. Com certeza foram dezenas. O curioso é que, apesar de tantas vezes ausente da prefeitura e da cidade, ele não abriu espaço para o protagonismo do vice-prefeito, Bruno Covas, que continua nas sombras.

Precoce

Maria Fernanda Pimentel, de 01 ano e 9 meses, já está frequentando uma escolinha que fica próxima ao Palácio das Mangabeiras. O governador foi lá pelo menos uma vez neste semestre, durante a festa do Dia dos Pais.

PPS 25 anos

Uma reunião especial hoje à noite na ALMG comemora os 25 anos do PPS. A legenda foi criada em 1992 para substituir o PCB, Partido Comunista Brasileiro. Atualmente, não guarda nenhuma relação com a antiga sigla: é outro partido. A homenagem em BH terá o presidente nacional, deputado, Roberto Freire e o senador Cristóvão Buarque, estrela intelectual do PPS.

Adriana Continentino e Sylo Costa Júnior

Vai ter troco

Nos bastidores do PMDB é dado como certa uma resposta de Adalclever Lopes à perda da Fundação Ulysses Guimarães, que vinha controlada por seu grupo até ser retomada na marra pelo rival interno Antônio Andrade, presidente do partido em Minas. Não se espera, contudo, que o troco venha rápido, nas próximas semanas. Como lembrou um deputado neste domingo, vingança é um prato que se come frio.

Olho no caixa

Um próximo embate no PMDB deve se travar em torno da tesouraria do partido, que ganhou relevância om a criação do fundo eleitoral. Hoje, quem assina cheques com o presidente é o tesoureiro Geraldo Godoy, seu aliado. O caixa peemedebista está nas mãos de Andrade. E o grupo rival não vai deixar assim de barato.

Luz de vela

Empresários avaliam como muito positiva a ‘remineirização’ da Itambé, com recompra da tradicional marca de laticínios mineira pela CCPR, uma das maiores cooperativas de Minas. Mas a percepção é de que se trata de movimento isolado; não se enxerga aí uma reversão do processo de fuga para fora do centro decisor e do capital das grandes empresas que atuam no estado. ´”É uma luz, mas luz de velas”, comparou uma fonte.