Raquel Faria

Saindo das cordas
Publicado em: Sun Aug 21 03:00:00 GMT-03:00 2016

Saindo das cordas

A Usiminas já vê luz no fim do túnel. Segundo o presidente Sergio Leite, o acordo com os credores caminha para ser fechado no início de setembro, afastando o risco de recuperação judicial e dando à empresa um prazo de três anos para se reorganizar. A renegociação de dívidas mais a injeção de R$ 1 bilhão no capital, que está sendo feita pelos sócios, abrem nova chance para a gigante da siderurgia mineira.

Papel do gestor

Também favorece a reação da Usiminas a estabilização da sua gestão após várias trocas de presidente. Sergio Leite tem se articulado com os públicos interno e externo: chegou a fazer 13 reuniões num dia em Ipatinga. Tudo indica que ele está conseguindo reunificar a casa. E tem tido apoio para isso: a comunidade ao redor da empresa percebeu que ela não aguenta mais turbulência no comando e por isso torce em peso pelo novo gestor.

Tem mercado

Há espaço para a retomada da Usiminas. O consumo de aço no Brasil ainda é muito baixo: apenas 100 kg por habitante, contra 300 Kg a 400 kg em países avançados. Ou seja: a siderurgia nacional tem um imenso mercado a formar dentro do próprio país através do fomento ao maior uso do aço.

Alô prefeitos

Minas é o maior centro siderúrgico do país e BH, a capital do aço. Porém, a paisagem urbana não mostra isso. Como espeto de pau em casa de ferreiro, a construção mineira reforça só o domínio do concreto, desprezando o aço, apesar de sua superioridade em qualidade e estética. E a universidade segue formando mais engenheiros concretistas que especialistas em processos construtivos com os nossos produtos siderúrgicos.

Outra história

A propósito: segundo técnicos da Usiminas, o viaduto Guararapes, que caiu em 2014, ainda estaria de pé na cidade, e belíssimo, se fosse feito em aço.

Não basta

O coordenador do MP na Lava Jato, Deltan Dallagnol, deu fim esta semana às ilusões de quem esperava uma virada de página na corrupção no país. Durante evento sobre o mercado de recebíveis, em BH, o procurador disse que a operação é insuficiente para reverter o câncer: “Infelizmente, a Lava Jato é única, um ponto fora da curva, quase uma conspiração do universo”.

Um contra todos

Nestes primeiros dias de campanha oficial, Délio Malheiros ficou isolado na posição de defensor do prefeito Marcio Lacerda e de representante da atual administração. Todos os demais candidatos à PBH se mostraram, até agora, críticos ou omissos em relação ao governo local, que deve apanhar em escala crescente nas ruas e nas telinhas até o dia do pleito.

Ser ou não ser

João Leite ainda não definiu a sua tendência. Ele não está batendo. E nem poderia, já que o PSDB integra a administração Lacerda. Mas, ele também não defende o governo. Por ora, Leite tem se ocupado de mostrar as suas próprias iniciativas e, não, as obras do governo lacerdista-tucano.

Polêmica

A chapa Kalil-Lamac dividiu os analistas. Para uns, o ex-presidente do Galo queimou o seu perfil antipolítico ao entregar a vice a um deputado; para outros, ao contrário, o candidato do PHS ganhou consistência e discurso ao se aliar à Rede de Marina e Lamac.

Em chefe

O ex-governador Alberto Pinto Coelho, que dirige o PP mineiro, assumiu a coordenação geral da campanha do tucano João Leite à PBH.

Limpa

Dos 39 vereadores de BH em campanha de reeleição, segundo os próprios, pelo menos 16 serão barrados nas urnas.

Marco Antônio Castelo Branco, Olavo Machado e Marcelo Nassif