Pimentel ouviu apelos de lideranças da sua base na ALMG para segurar a reforma administrativa do governo. Os aliados ponderaram ao governador que o momento não é bom para mexidas que eliminam cargos e desagradam parlamentares, pois o ano legislativo já está se encerrando e ainda há votações importantes em pauta, como o orçamento de 2016.

Uma fonte do governo admitiu ontem que a reforma inicialmente prevista para este mês poderia ser adiada para 2016. Mas, ninguém confirmou a decisão de Pimentel, se é que ela já foi tomada. A única certeza por ora é que, cedo ou tarde, os cortes na máquina terão que ocorrer. O máximo que o governo pode fazer é esticar ao máximo a corda, ou a data da reforma, enquanto vai temperando as medidas para torná-las mais palatáveis a sua base aliada.

Pimentel pisa em ovos na reforma. Seu temor é desarticular a maioria que logrou construir na AMG e que lhe garantiu ampla vitória na casa em seu primeiro ano de mandato. O cuidado é tanto que a reforma vem sendo tocada a sete chaves, concentrada nas mãos de dois secretários apenas: Odair Cunha (Governo) e Helvécio Magalhães (Planejamento).

A dupla escalada por Pimentel tenta conciliar na reforma dois objetivos em tese antagônicos: cortar gastos no governo, extinguindo órgãos e pastas que empregam afilhados políticos, e preservar o apoio dos parlamentares que indicaram nomes aos cargos. Pelo atraso da reforma, as duas pontas ainda não estão devidamente amarradas.

Rumores sobre a saída do secretário do Meio Ambiente Semad, Sávio Souza Cruz, tomaram de assalto os bastidores políticos nos últimos dias. Entretanto, um deputado próximo do secretário apostou que ele não vai deixar a pasta, apesar dos seus recentes problemas de saúde e das pressões que vem sentindo no cargo.

Sávio está em posição incômoda. Virou alvo de grupos ambientalistas que o criticam por supostas ligações com mineradoras. Ao mesmo tempo, ele manifesta insatisfação com a falta de estrutura da sua pasta para atender as cobranças de desempenho, intensificadas após o desastre de Mariana.

“2015 ficará marcado na história de Minas por duas tragédias ambientais: a ruptura da barragem da Samarco e a aprovação do PL 2946”. A frase é de Dalce Ricas, da Amda, referindo-se às mudanças aprovadas na estrutura da Semad e no licenciamento ambiental. Trata-se de um comentário muito forte, que pode arruinar a reputação da famosa ambientalista, se ela estiver equivocada. Ou, indicar novas tragédias no Estado, se estiver certa.

Agora que endossou a prisão do senador petista Delcídio do Amaral, o Senado está moralmente obrigado a aceitar todas as futuras punições que o STF vier a impor aos demais congressistas implicados na Lava Jato. Afinal, pelos princípios de justiça e isonomia, o pau que bate em Chico tem que bater também em Francisco.

Dois frequentadores vêm se destacando na captação de novos sócios para o Automóvel Clube, o mais tradicional clube social da capital mineira, fundado há 90 anos: o ex-banqueiro Alberto Ramos e o irmão da presidente Dilma Igor Yousseff. A dupla acaba de abonar a ficha de um conhecido jornalista, Durval Guimarães, que aderiu esta semana.

O primeiro irmão vai muito bem. Igor está morando no imóvel da família que foi residência da mãe dona Dilma, na Pampulha. Enquanto curte o tempo livre de aposentado entre amigos do AC, ele acompanha orgulhoso o progresso da carreira do filho médico no hospital Santa Tereza.