Raquel Faria

Sob controle
Publicado em: Tue Feb 14 02:00:00 GMT-03:00 2017

Sob controle

Até ontem, todas as fontes consultadas na segurança pública estadual, tanto as governistas como as independentes, convergiam para a avaliação de que os riscos de uma greve na PM mineira seriam hoje baixíssimos ou quase nulos. Essa também é a visão da Abin federal, que vem monitorando a PM em todos Estados. De fato, apesar das inúmeras dificuldades de Pimentel nessa área, ninguém está apostando na repetição em Minas da crise policial enfrentada pelos vizinhos Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Fator salário

Para as fontes independentes, ligadas ao setor, mas não subordinadas à Secretaria de Defesa Social ou comando da PM, o fator preponderante para a falta de motivação grevista entre policiais mineiros é o salário. Enquanto o salário-base na corporação é de R$ 2.600 no ES e de R$ 2.900 no RJ, em Minas, os soldados ganham a partir de R$ 4.098. Na realidade, a explosão do motim na corporação capixaba serviu para mostrar as diferenças salariais e realçar a vantagem dos mineiros.

Linha dura

Por via das dúvidas, o comando da PMMG passou ordem as suas tropas especiais para endurecer a repressão aos movimentos grevistas, retirando a qualquer custo, se preciso com o emprego de força, os grupos que venham a tentar fazer piquete nos quartéis.

Manobra furada

Conselho de Representantes da Fecomércio, em assembleia extraordinária na semana passada, rejeitou por 16 votos a 13 uma proposta de alteração estatutária do atual presidente Lázaro Gonzaga. A maioria entendeu que a alteração iria conferir poderes à presidência em prejuízo dos sindicatos filiados. Além disso, o momento não seria oportuno para mexer no estatuto devido às denúncias de desvios na Fecomércio, que já levaram inclusive o MPE a pedir a prisão e o afastamento do presidente da entidade.

Pano de fundo

Caso aprovado, o novo estatuto viria dificultar, em muito, a admissão de novos sindicatos na base do sistema Fecomércio/Sesc/Senac, com impacto no colégio que escolhe a diretoria. A decisão representou a primeira derrota de Gonzaga no Conselho de Representantes. E tem como pano de fundo as próximas eleições na entidade.

Racha à vista

A diretoria da Fecomércio, hoje possivelmente a maior e mais rica entidade empresarial de Minas, deverá ser renovada em um ano. E o jogo sucessório já começou. Aliás, quente. Pelo que se viu na recente AGE, a entidade anda muito dividida e conflagrada internamente, a exemplo de sua congênere industrial, a Fiemg.

Deputados Tony Carlos (PMDB), Dirceu Ribeiro (PHS), Ivair Nogueira (PMDB), Isauro Calais (PMDB) e Hely Tarquínio (PV) em momento de descontração na ALMG.

Comida e política

Os preços de alimentos e bebidas vinham subindo mais de 13% ao ano até julho passado. A partir daí a inflação no setor foi perdendo velocidade e força, até chegar a quase zero nos últimos seis meses. Essa desaceleração forte dos preços da comida pode ajudar na descompressão do clima político no país e, talvez, até amenizar um pouco a rejeição ao governo Temer.

Hobby do prefeito

Uma faceta pouca conhecida de Kalil: ele é um leitor voraz. Até este ano, vinha consumindo em média dois livros por semana. A posse na PBH e as atribulações do cargo dificultam a prática do hobby. Mesmo assim, ele está mantendo o hábito, segundo amigos e auxiliares.

Na cabeceira

Entre as últimas leituras do prefeito, duas obras devem ter caído no seu gosto, pois foram muito recomendadas por ele aos assessores e secretários mais próximos: “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, de Olavo de Carvalho, e “Sapiens – Uma breve história da humanidade”, do israelense Yuval Noah Harari.