Raquel Faria

Terceira via
Publicado em: Thu Sep 05 03:00:00 GMT-03:00 2013

Terceira via

Almoço ontem, em Brasília, entre um grupo do PSD liderado pelo presidente da legenda, Gilberto Kassab, e um expoente do PMDB, senador Clésio Andrade, deu início a conversas entre as duas legendas em Minas. Na mesa, a “nova possibilidade” de uma chapa PMDB-PSD, ou vice-versa, na disputa do governo mineiro.

Rumo próprio

Diego Andrade, sobrinho de Clésio e deputado do PSD, antecipou à coluna que o grupo está buscando “caminho próprio” nas eleições, equidistante dos dois partidos que polarizam a política em Minas e no país, PSDB e PT. “Não temos que nos alinhar a petistas ou tucanos em 2014”, disse.

Sobe no muro

A alternativa do rumo próprio, ao menos para Minas, agrada a Gilberto Kassab por preservar a tênue unidade recém-formada na seção mineira do PSD, agora com nova executiva em que se equilibram, em número e peso, simpatizantes de Aécio e Dilma. O próprio Kassab promoveu essa acomodação entre mineiros dilmistas e aecistas para evitar defecções no partido.

Zona de conforto

Se a terceira via não prosperar e o PSD tiver que optar entre PT e PSDB em Minas, a escolha parece previsível. Kassab já esteve há menos de dois meses com o ministro Fernando Pimentel. Sente gratidão por Dilma pela ajuda na formação do PSD. E não tem proximidade com Aécio. No mais, a manutenção de Paulo Simão na presidência da nova executiva mineira já sinaliza essa tendência pró-PT, que ainda daria conforto ao novo provável membro do partido, Josué Alencar, filho de José Alencar.

Mundo cruel

São antigas as relações perigosas dos Rabello com o poder. Vêm desde as polêmicas ligações da empreiteira Tratex com o governo Hélio Garcia, ainda sob o comando do patriarca Sabino. Continuaram com o rumoroso envolvimento do Rural, o banco da família, com o governo Collor, na gestão da herdeira Júnia. A seguir, os empréstimos para o Mensalão autorizados pelo executivo que a sucedeu, José Augusto Dumont. Hoje, com Sabino, Júnia e Dumont mortos, caberá a um membro deslocado dos negócios familiares, Kátia Rabello, ex-bailarina que assumiu por acidente e por último o Rural, cumprir pena de 16,8 anos na cadeia. E pagar pelos pecados de todos.

Pega fogo

Na segunda-feira (2), chamou atenção em tradicional restaurante de Veneza uma acalorada discussão sobre política entre brasileiros: os jornalistas Lucas Mendes e Diogo Mainardi e o marqueteiro Paulo Vasconcelos. E ainda estamos longe de 2014.

Pinto no lixo

Na ruidosa manifestação da Frente Parlamentar pelo Voto Aberto, na terça-feira, na Câmara Federal, um dos mais entusiasmados era Antônio Roberto, do PV. Molhado de suor de tanta excitação, sem parar de sorrir, ele parecia viver um dos momentos de maior satisfação na sua carreira de deputado, feliz como pinto no lixo.

Está no páreo

Expressando cansaço pela atividade parlamentar, o deputado Leonardo Quintão disse ontem à coluna que vai se colocar como pré-candidato a governador no PMDB e que levará o seu nome à convenção do partido, para apreciação dos delegados.

Parto de peso

O Solidariedade, criado pelo sindicalista deputado Paulinho da Força, ganhará “com certeza” o seu registro no TSE, nesta sexta-feira, segundo informou ontem à coluna o deputado baiano e futuro membro da legenda Marcos Medrado. O novo partido nasce forte, com expectativa de adesão de 32 deputados, dos quais meia dúzia da ex-sigla de Paulinho, o PDT – para desespero do cacique pedetista Carlos Luppi.

Boa nova

O parto do Solidariedade é uma boa nova para Aécio Neves. A tendência de Paulinho da Força é apoiar o presidenciável tucano, segundo Medrado.