Raquel Faria

Todos pela Cemig
Publicado em: Fri Aug 18 03:00:00 GMT-03:00 2017

Todos pela Cemig

A incorporação da oposição estadual à campanha em defesa das usinas da Cemig é um marco importante na política mineira. Principal liderança dos oposicionistas, o senador Aécio não deve ir ao ato simbólico que o governo Pimentel e a empresa realizam hoje na usina de Miranda (Triângulo), mas o seu nome constará no abaixo-assinado da causa. Embora não fisicamente, ainda, Aécio e Pimentel já estão lado a lado no caso Cemig. E junto com eles os demais petistas e tucanos com os respectivos aliados. Um momento singular de harmonia após tantas hostilidades mútuas. Uma convergência política dessas não se via há tempos, pelo menos desde 2014. Eles vão se enfrentar em 2018, claro. Mas, depois se unirem pela Cemig, talvez possam melhorar a convivência e disputar voto sem fazer guerra.

Gabinete de crise

As reuniões em Brasília para tratar do caso Cemig têm se concentrado no gabinete de Fabinho Ramalho, que é, ao mesmo tempo, vice-presidente da Câmara Federal e coordenador da bancada de Minas na Casa. O espaço virou espécie de QG da campanha para evitar a perda das usinas mineiras.

Elemento de liga

Fabinho se tornou o elemento catalizador da convergência, o ovo que dá liga à massa. E isso não se deve apenas aos cargos que ocupa na Câmara. Deve-se também aos seus atributos pessoais: conhecido por suas festas com leitão à pururuca, ele tem espírito agregador e transita bem tanto no campo do governo como da oposição. No mais, teve a perspicácia de ver na crise da Cemig uma oportunidade para mostrar seus talentos de articulador. E agarrou a causa com unhas e dentes.

Comandante em chefe

Ontem, Pimentel se reuniu em Brasília com a presidente do STF, Cármen Lúcia. Na pauta constava discussão sobre precatórios. Mas o tema que os reuniu foi a Cemig, autora de dois recursos ao Supremo, um para suspender o leilão das usinas. O governador articula por todas as frentes.

Perspectiva

A direção da Cemig se mostra animada com a possibilidade de um acordo com o governo federal para manter suas usinas. As negociações estão em curso. O desafio é montar uma engenharia financeira que permita à Cemig, hoje altamente endividada e com pouco caixa, pagar uma boa soma ao governo federal pelas usinas cotadas para leilão em 11 bilhões.

Felizes e charmosos, o escritor Olavo Romano com a esposa Kátia Chaves, em noite de autógrafos e homenagem na Confraria do Fogão a Lenha.

Ainda o líder

Lula segue liderando a corrida presidencial em Minas Gerais, e com boa frente, segundo pesquisa Multidados que a coluna vem divulgando desde quarta-feira. No levantamento com 2.000 eleitores de 145 municípios, Lula obteve 27% das intenções de voto e abriu uma distância de 9 pontos em relação aos nomes em segundo lugar. Detalhe: as entrevistas foram feitas a partir do dia 12 de julho, quando Lula foi condenado por Sergio Moro a mais de nove anos de prisão. Ou seja, os eleitores opinaram já sabendo da sentença contra o ex-presidente.

Surpresa!

Jair Bolsonaro se manteve em segundo lugar na preferência dos mineiros, com 18%. Mas, o deputado já divide a posição com outro concorrente, que alcançou 16%: o prefeito tucano João Doria, a surpresa no novo ranking presidencial em Minas. Na pesquisa Multidados, Bolsonaro e Doria estão em empate técnico, já que a margem de erro é de 3%.

Desidratação

Chama atenção também o índice de Marina Silva, em terceiro com 8%. É um desempenho pífio para a ex-senadora que já foi votada para presidente por 21,25% dos eleitores mineiros, quando se candidatou em 2010. Marina está caindo para a turma de baixo da pesquisa, empatada com Ciro Gomes, que tem 6%. A lanterninha é de Henrique Meirelles, com 4%. Outros nomes somam 5% e os não-votantes (indecisos, nulos/brancos), 16%.