Raquel Faria

Vamos conferir
Publicado em: Fri Jan 26 02:00:00 GMT-03:00 2018

Vamos conferir

Alguns institutos devem ir às ruas já neste fim de semana para as primeiras pesquisas após a condenação de Lula. Há muita expectativa nos meios políticos em relação aos efeitos da decisão do TRF4 na opinião pública. A informação que todos mais anseiam é a evolução da popularidade do ex-presidente: afinal, ele cresceu, caiu ou ficou no mesmo lugar.

Viés negativo

Como as pesquisas se darão sob o impacto de um noticiário muito ruim para o ex-presidente, as duas últimas hipóteses parecem mais prováveis. Pelo menos essa era a aposta ontem de muitos marqueteiros e analistas.

Caça ao voto B

Ora em diante, a candidatura Lula passa a enfrentar um grande obstáculo, que é a insegurança jurídica. A nova condenação, que pode impedi-lo de se eleger e governar, deve acirrar a disputa pelos votos lulistas. Os eleitores do ex-presidente podem até continuar apoiando-o por certo tempo, mas cedo ou tarde terão que lidar com a eventual ausência de seu candidato nas urnas e avaliar uma segunda opção. A caça ao voto B lulista já começou.

Mulheres na luta

Duas presidenciáveis do mesmo campo de Lula e candidatas naturais ao 2º voto lulista chegam hoje a BH para eventos de pré-campanha. Manuela D’Ávila, do PCdoB, fiel aliado petista, protagoniza uma reunião do partido na Câmara Municipal. E Marina Silva, que foi ministra de Lula e deixou o PT para fundar a Rede, vem dar palestra e lançar seu candidato ao governo de Minas, João Batista dos Mares Guia.

Funil financeiro

As candidaturas presidenciais e para governadores podem ser bem menos numerosas que o esperado. Analistas políticos vinham trabalhando com a perspectiva de inúmeras opções na cédula, com muitos partidos lançando nomes nas disputas majoritárias para reforçar o seu palanque e sua marca. Mas a estratégia está mudando. Os caciques já perceberam que o dinheiro de doações vai ser escasso, tornando crucial uma sábia e eficiente gestão do único recurso realmente certo e seguro para financiar campanhas este ano: o Fundo Eleitoral criado em 2016. Embora rico (R$1,75 bilhão), o fundo banca número limitado de nomes. Os partidos já revisam planos. E devem intensificar as articulações de alianças, num processo inevitável de redução de candidaturas. O funil financeiro é uma realidade incontornável.

Peso da gestão

Um exemplo de como a falta de dinheiro está inibindo candidaturas majoritárias é o PSB. Empolgado com Joaquim Barbosa, o partido chegou a reservar R$ 30 milhões dos R$ 113 milhões da sua cota no Fundo Eleitoral para a disputa presidencial. Agora, a ideia na legenda é esquecer o Planalto para se concentrar em campanhas estaduais. Feitas análises e contas, achou-se mais eficaz investir na eleição de governadores e parlamentares. O fato é que a competitividade e o desempenho das legendas nas urnas em 2018 vão passar por uma gestão financeira. Será um bom aprendizado.

Guilherme Silveira, Ivone Ferreira e Lucas Eliotério.

Déficit cidadão

Segue frequente o desrespeito a regras elementares de convivência urbana em BH – e não só na capital mineira. Motoristas estacionam em vagas de deficientes, pedestres jogam lixo nas calçadas, os sinais de descaso com o espaço público ocorrem o tempo todo. O brasileiro reclama muito das autoridades, mas não cumpre os mais básicos deveres de cidadão.

Rede anti-Lula

Os comentários de críticas a Lula e elogios a sua condenação dominaram os meios digitais nas horas seguintes ao julgamento em Porto Alegre. O bombardeiro foi tanto que calou os fás do ex-presidente, defendido por uma minoria. As manifestações anti-Lula, que não se viram nas ruas, ocorreram com estardalhaço nas redes sociais; os ‘panelaços’ foram para o Facebook e WhatsApp. E tiveram a ajuda de grupos organizados que espalharam dossiês com acusações ao ex-presidente na internet. A cobertura na mídia tradicional, sobretudo na TV, também foi muito negativa.