Raquel Faria

Zona de conforto
Publicado em: Thu May 21 03:00:00 GMT-03:00 2015

Zona de conforto

O Palácio Tiradentes vem fazendo pesquisas mensais. E nas mais recentes, segundo boa fonte, colheu resultados muito favoráveis ao governo: uma avaliação positiva em torno de 60%. Pimentel continua em situação de conforto, como tem sido desde a pré-campanha para governador.

Capa de teflon

Os índices do governo petista em Minas contrastam com a rejeição ao PT e a Dilma, inclusive no próprio Estado, onde a presidente também apurou recentemente índices de 60%, só que negativos. Pelo que as pesquisas vem indicando desde 2014, o antipetismo não atingiu o governador mineiro, que parece imune à estigmatização do seu partido e da amiga presidente.

Petista fake

Uma possível explicação para esta imunidade de Pimentel está no seu flerte antigo com tucanos. A aliança em Minas com Aécio, hoje líder da oposição nacional, pode ter levado a classe média a ver Pimentel como um petista híbrido ou atucanado, fora dos padrões do militante típico do partido. O perfil sócio-familiar do governador também favorece sua despetização.

Pensando bem....

A hipótese de que o passado aecista está ajudando Pimentel no presente obriga a reavaliação política da aliança com o PSDB em Minas. É possível raciocinar que, diferente do pensado por muitos, a aproximação com Aécio pode ter sido uma das decisões mais felizes de Pimentel, visionária até.

Rumo dos ventos

Não é certo que Dilma vai intensificar a agenda internacional, na busca por investidores. Mas, é uma tendência. A presidente tem facilidade de contato com chefes estrangeiros. Diferente de Lula, ela domina algumas línguas: é fluente no inglês; consegue se comunicar em francês e espanhol. E fora do Brasil, pode se desviar um pouco das pressões políticas internas.

Vende e não leva

Segundo Mário Campos, presidente do sindicato dos usineiros em Minas, os produtores não estão se beneficiando das vendas elevadas de etanol porque o preço pago pelos distribuidores não cobre os custos de produção. A rentabilidade ainda estaria negativa. Mas, ele prevê uma mudança do quadro, e uma guinada para o lucro, a partir do segundo semestre.

Duas medidas

Eduardo Azeredo questionou a um interlocutor o tratamento dado a ele e a outro conhecido réu no mensalão mineiro, José Afonso Bicalho, atual secretário estadual da Fazenda. O ex-governador se queixou de que todos o apontam como mensaleiro, mas ninguém se refere dessa forma a Bicalho, que assinou todos os convênios suspeitos como presidente do Bemge.

Na ativa

O ex-governador reapareceu e se manifestou durante evento da Fiemg em BH, nessa terça-feira. Segundo amigos, Azeredo estaria colaborando ou prestando consultoria à entidade empresarial.

I love America

O Planalto está acertando uma agenda “robusta” para um encontro próximo de Dilma com Obama, provavelmente em meados deste ano. Depois dos chineses, a presidente volta suas baterias e atenções aos norte-americanos. O governo está empenhadíssimo nessas duas parcerias internacionais, que ganham mais importância no atual contexto da economia brasileira, em que a única via para crescimento parece ser a externa, puxada por exportações.

De um jeito ou de outro

As investidas junto aos chineses e americanos devem ser observadas com atenção pelo empresariado brasileiro. O governo se mostra determinado a buscar capitais e empreendedores para viabilizar novos projetos e levantar a economia. Ainda que ao risco de uma desnacionalização brutal no país. A aposta é de que o interesse estrangeiro tire o investidor brasileiro da toca.