Ricardo Plotek

Ricardo Paes Leme Plotek, subeditor de Esportes de O TEMPO

Clássico meia boca?

Publicado em: Sáb, 21/10/17 - 02h00

Muita coisa me chamou atenção nesses últimos dias, embora um Atlético e Cruzeiro – ou melhor, Cruzeiro e Atlético, pois a Raposa é mandante – sempre mereça todas as atenções, em que pesem dois fatores que podem suscitar que o clássico não será dos melhores.

O Cruzeiro está de férias e o Atlético segue uma draga, mesmo tendo obtido pontos importantes com Oswaldo de Oliveira e se afastado, ainda não o suficiente, da zona de rebaixamento.

Os dois não têm nada a ganhar e muito pouco a perder, mas o Galo precisa pontuar até contra times melhores, pois perde para os piores, como a Chapecoense.

Agora, se tratando de clássico, tudo toma uma proporção maior, que às vezes tem mesmo. Não nos esqueçamos do maior de todos os tempos, quando o Atlético podia rebaixar o Cruzeiro e tomou 6 a 1. O duelo mais inimaginável que os maiores rivais de Minas Gerais poderiam protagonizar.

Tem o jogo dos três gols de Tucho. Tem o do gol no Fábio de costas. Tem o... Só para ficar em alguns que acompanhei já como jornalistas, fora os dos anos 60, 70 e 80, que, pelo nível dos jogadores, deveriam ser muito melhores. Tá bom! Tem o 9 a 2, que os cruzeirenses contestam.

Enfim, em um jogo onde pouco é esperado, muita coisa pode acontecer, mas o Cruzeiro é amplo favorito. Pelo momento. Pelo título na Copa do Brasil. Pela ausência de pressão ou de qualquer obrigação com o resultado. Por um time melhor do que o do Galo. E, principalmente, pelo fim da novela nessa sexta-feira, quando a Bibi Perigosa... Ops!!!

Me refiro à confirmação da renovação de contrato de Mano Menezes, o maior responsável pela vaga direta na Libertadores do ano que vem.

Era melhor para todo mundo que ele ficasse, mas o treinador deve ter se assustado com as trapalhadas do novo presidente logo após sua eleição. Faltou preparo e sobrou empolgação, mas há tempo e, o melhor de tudo, muito boas perspectivas para um grande 2018 ao Cruzeiro.

É só não querer aparecer mais do que os jogadores e do que o técnico, que se valorizou enormemente com a taça da Copa do Brasil. É só dar condições de trabalho, o que o Cruzeiro tem de sobra, e paz para que a galera se prepare para a Libertadores. Reforços virão, mas a prioridade tem que ser um lateral-direito, pois há muito tempo os que estão e estiveram na Toca são bem fraquinhos.

Voltando ao jogo deste domingo, para o Atlético, que já não sei mais como definir, senão como um time sem alma, pode ser o incentivo derradeiro para se livrar de vez da degola.

O problema, agora, além desse time cheio de ex-medalhões e vazio de medalhas, é a sombra de Cuca rondando o CT de Vespasiano.

Tenho certeza que tem atleticano torcendo para o time conseguir apenas os pontos necessários para ficar tranquilo em relação à Série B, mas continuar tropeçando, como vem fazendo durante toda a temporada, para que o trabalho do atual treinador possa ser contestado. Vai que o Galo belisca vaguinha na pré-Libertadores e o Oswaldinho fica? Mas, aos que pensam assim, fiquem tranquilos!

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