Ricardo Plotek

Ricardo Paes Leme Plotek, subeditor de Esportes de O TEMPO

Das boladas à bola

Publicado em: Sáb, 18/11/17 - 02h00

A semana termina mais do que agitada no futebol brasileiro e mundial, com as retas finais das Séries A e B, além dos primeiros depoimentos no julgamento de José Maria Marin e mais dois ex-dirigentes nos Estados Unidos, onde são réus e respondem por vários crimes, inclusive corrupção.

Em cerca de uma semana, o julgamento em uma corte do Brooklyn, em Nova York, já teve choro de testemunha que fez acordo de delação premiada, suicídio de um dos citados por esse delator, suposta ameaça de morte durante os depoimentos a essa testemunha e até o nome de Messi citado pelo mesmo delator como tendo recebido US$ 200 mil para participar de um amistoso pela seleção argentina. E, ainda, a mais do que esperada confirmação dos milhões de dólares pagos aos três réus em propina.

O julgamento deve terminar só no fim do ano, mas é bem provável que José Maria Marin, ex-presidente da CBF, fervoroso e quixotesco defensor e colaborador da ditadura militar em nosso país, acabe mesmo seus dias em uma cadeia dos Estados Unidos, onde já está em prisão domiciliar há muito tempo. Ele tem 85 anos e deve pegar uma pena de até 20 anos.

Já o ex-chefão do futebol brasileiro Ricardo Teixeira e o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que também são réus mas serão julgados depois, estão a salvo no Brasil, que não extradita seus naturais.

O mesmo não aconteceu com o ex-presidente da Conmebol Nicolas Leoz, que presidiu a entidade por “apenas” quase 30 anos.

Com mais de 90 anos, está em prisão domiciliar no Paraguai, seu país natal e onde fica a sede da entidade, mas teve a extradição para os Estados Unidos autorizada pela Justiça paraguaia, decisão que pode ser revertida. Ufa!!!

Agora, falando de bola rolando, o América pode acabar calando de vez muita gente, como eu, que achava que o time tinha que entrar na Série B para não passar aperto em relação à Série C.

Já subiu para a elite, com antecedência, e está muito perto do bicampeonato brasileiro da Série B, o que é, sim, motivo de muito orgulho para o América, que tem o ano que vem para provar que pode, ao longo dos anos, se tornar um time de Série A.

O Coelho gosta de levar seus torcedores aos extremos, como em 2016, quando ganhou o Mineiro depois de 15 anos e voltou para a Segundona nacional.

Tomara que esse título, que não pode escapar, pois a vantagem é muito grande – quatro pontos para dois jogos –, sirva para que o América se estruture de vez para ficar na elite por um bom tempo.

Pelo amor de Deus, nada de discurso de Copa Libertadores, de G-4, de lutar na cabeça.

Já o Corinthians chega a um patamar inquestionável como o Rei dos Pontos Corridos, pois venceu o quarto Brasileiro desde 2003, quando o Nacional foi alterado. Uma conquista a cada três anos e meio. São sete desde 1990, uma a cada 3,85 anos, sem falar nas Copas do Brasil, na Libertadores e em dois Mundiais Interclubes, sendo o maior campeão paulista desde “sempre”.

É impressionante o que fez o Timão nesses últimos quase 30 anos.

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