Ricardo Plotek

Ricardo Paes Leme Plotek, subeditor de Esportes de O TEMPO

Será que é só burrice e teimosia?

Publicado em: Sáb, 18/03/17 - 03h00

Meu ilustre companheiro colunista Marcos Guiotti tirou as palavras do meu teclado a respeito da ininteligível atitude do Boa Esporte/seu presidente Rone Moraes em manter a estúpida decisão de ter o goleiro Bruno em seus quadros apesar de toda a repercussão negativa após sua contratação.

“Quanto ao Boa Esporte, assinou o seu atestado de óbito. Um time que se sustenta nos caprichos de seu dono não poderia ter outro fim”, grafou Guiotti em sua coluna publicada nessa sexta-feira em O TEMPO.

Já tinha em minha cabeça, desde a confirmação do negócio com Bruno, no início desta semana, escrever que o Boa vai encerrar suas atividades futebolísticas em breve, não mais do que em um ou dois anos caso não reveja a decisão de contratar o mandante de um assassinato que ainda não está quite com a Justiça, embora esteja solto legalmente, o que, do ponto de vista do marketing, nada importa.

Não discuto, nesta coluna, a questão de uma segunda chance para Bruno, mas tem que ser em detrimento de um clube, de uma cidade, de um time que luta a duras penas para se manter e que já foi campeão brasileiro (Série C), depois de ter herdado a tradição e a história do Ituiutaba?

Será que o senhor Moraes tem o direito de colocar em risco a existência de um time que ele supostamente gosta? Isso sem falar nos habitantes de Varginha, chamada de “capital do Sul de Minas” por sua grandeza econômica e populacional.

Já opinei sobre a imbecilidade de se terem iniciado e concluído as tratativas com Bruno, mas acho muito estranho, depois da saída de “todos” os patrocinadores, da muito provável perda de apoio da Prefeitura de Varginha e até da cobrança de suas filhas, que o presidente do Boa insista nessa empreitada suicida. Acho que tem alguma coisa esquisita nessa história! O que é? Não sei! Nem sei se um dia saberemos, caso haja, pois tratando-se do caso Bruno, muita coisa jamais será elucidada.

Quanto aos patrocinadores privados, o Boa tem todo direito de abrir mão deles, embora os clubes pequenos do Brasil vivam reclamando da falta de apoio. Mas, quando falamos da prefeitura, é dinheiro público. Será que o contribuinte de Varginha quer que esse aporte continue?

Segundo a “Veja”, Bruno vai ganhar R$ 30 mil por mês, um salário muito bom para o tamanho do clube. Será que os demais jogadores estão satisfeitos com essa situação? São várias perguntas a serem respondidas! O espaço está aberto ao Boa e a sua diretoria.

Supondo-se que o inconsequente presidente do Boa não voltará atrás mesmo, resta a ele, agora, torcer para que Bruno retorne o mais rápido possível para a cadeia, o que, segundo especialistas em direito, é uma questão de tempo, o que amenizaria, um pouco, os efeitos catastróficos à imagem do clube.

Ainda na forma de uma suposição, acho, espero e tenho quase certeza que o contrato de Bruno com o clube deve ter uma cláusula que suspende o pagamento a ele caso tenha que voltar para a prisão. Só falta não ter: aí, sim, seria o atestado cabal e irrefutável da bobagem histórica protagonizada pelo moribundo Boa Esporte.

Até acho que todo mundo merece uma segunda chance, como cristão que sou, mas a de Bruno é o fim de todas as chances do clube mais antipático do Brasil no momento. É o efeito Chapecoense ao contrário.

Que os deuses do futebol e da publicidade tenham compaixão para com o nosso ex-querido Boa Esporte.

Muito mais legal. Saíram, por sorteio, os confrontos das próximas fases da Copa do Brasil, da Liga Europa e da Liga dos Campeões, assim como ocorrerá para os duelos das oitavas de final da Libertadores. Finalmente, nós, sul-americanos, estamos dando o braço a torcer aos europeus, que já se utilizam desse expediente há décadas. É muito mais justo e emocionante do que chaves pré-definidas, a não ser que também sejam sorteadas.

Abre o olho, Vasco! São três disputas de Segunda Divisão em dez anos e um começo de temporada muito preocupante para o Vasco. Ontem, demitiu o técnico Cristóvão Borges, que realmente não conseguiu fazer o time render. Ao contrário de seus rivais cariocas, que também foram ao fundo do poço administrativo, mas se reerguem com gestões profissionais, o Vasco ainda está no milênio passado, de onde pode não mais sair.

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