RICARDO SAPIA

Carta ao presidente

Presidente Bolsonaro: bem que o senhor poderia ter assistido a algum filme sobre a história de Churchill

Por Da Redação
Publicado em 29 de março de 2019 | 03:00
 
 

Winston Leonard Spencer-Churchill foi um político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro britânico por duas vezes. Orador e estadista notável, ele também foi oficial no Exército Britânico, historiador, escritor e artista. Ganhou fama e notoriedade como correspondente de guerra através dos livros que escreveu descrevendo as campanhas militares. Ele serviu brevemente no Exército britânico na Frente Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial, comandando o 6º Batalhão dos Fuzileiros Reais Escoceses. Churchill nasceu em uma família da nobreza britânica, do duque de Marlborough. Antes de alcançar o cargo de primeiro-ministro britânico, Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido por quatro décadas. Notavelmente sua eleição para o Parlamento em 1900; sua ascensão a secretário para os Assuntos Internos em 1910; e sua estadia no Ministério da Fazenda do Reino Unido entre 1924 e 1929.

Presidente Bolsonaro: bem que o senhor poderia ter assistido a algum filme sobre a história de Churchill, em vez de “Superação: O Milagre da Fé”. Inspirado em uma história real, o filme de produção americana conta a história de John Smith, 14, que se afogou no lago St. Louis, nos Estados Unidos, e foi considerado morto ao chegar ao hospital. A mãe dele, Joyce Smith, inicia orações para que o filho sobreviva e acontece um milagre. Em vez do milagre que o senhor espera para reverter a situação com o Congresso Nacional, sugiro que o senhor aplique algumas frases do estadista inglês:

“Se você está atravessando o inferno... não pare”. “Construir pode ser a tarefa lenta e difícil de anos. Destruir pode ser o ato impulsivo de um único dia”. “Não zombe das bobagens que os outros dizem. Podem representar uma oportunidade para você”.

Alguns exemplos que poderiam ser seguidos pelo excelentíssimo Presidente da República, que, ao ficar no Twitter zombando de bobagens que os outros dizem, está destruindo acordos necessários ao país. E agora se vê atravessando o inferno – portanto, não pare, presidente.

A reforma da Previdência é essencial para o futuro do nosso país. Comemorações sobre 1964 são desnecessárias para a população, não vão mudar em nada a vida dos brasileiros, com isso o senhor apenas incitará – ou melhor, já incitou – a esquerda nas redes sociais, e com certeza acaba respingando no Congresso.

Devemos saber que, apesar de sermos um país presidencialista, somos reféns dos parlamentares e das bancadas da bala, evangélica, rural, das mineradoras. Quem domina as votações são os líderes dos partidos, que, se não são beneficiados nas bases em que atuam, vão fazer da Presidência refém.

Não seria o famoso “toma lá dá cá”, mas seria a hora de utilizar a habilidade política para conseguir a segurança necessária para fazer com o que o país volte a crescer.