O TEMPO

Atendimento Pré-Hospitalar Tático

'Ao enxergar um profissional da segurança pública, não o veja somente como um garantidor da ordem pública'; leia a coluna de Rodrigo Bustamante

Por Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2021 | 12:07
 
 

Todos nós sabemos o quão importante é socorrer imediatamente uma vítima acidentada. Acidentes, mal súbitos ou qualquer outro evento cotidiano que possa indicar perigo de morte deve ser rapidamente atendido por quem possui conhecimento em primeiros socorros.

Mas há também os casos em que esse perigo de morte ocorre em uma situação de combate, como quando os profissionais da segurança pública se ferem no “campo de batalha”. Quando há confronto com criminosos fortemente armados, por muitas vezes, esses profissionais devem realizar o resgate das vítimas feridas com rapidez e sagacidade, auxiliando os feridos e se preocupando com a zona conflituosa.

A capacitação em Atendimento Pré-Hospitalar (APH), tático ou de combate, para os profissionais da segurança pública, busca uniformizar os protocolos de atendimento em suporte médico de emergência em operações táticas. Eles são capacitados a agir de forma segura, célere e direta em situação de pessoa ferida em área de conflito, e preparados a fazer o autossocorro, que pode salvar vidas. 

A Portaria Normativa 16 de 2018, do Ministério da Defesa, define assim o APH Tático: “Atendimento Pré-Hospitalar Tático consiste no atendimento à vítima, em um ambiente tático, nas atividades militares, com o emprego de um conjunto de manobras e procedimentos emergenciais, baseados em conhecimentos técnicos de suporte de vida básicos e avançados, para serem aplicados nas vítimas ou em si mesmos, por indivíduos previamente treinados, com o objetivo de salvaguardar a vida humana e prover a estabilização para a evacuação até o suporte médico adequado”.

Esse instrumento legal, assim como o protocolo norte-americano “Tactical Combat Casualty Care/TCCC” (Atendimento Tático em Acidentes de Combate), compõe as referências nesse tipo de atendimento no país. Os três objetivos do TCCC são: fornecer cuidados de salvamento ao combatente ferido; limitar o risco de mais baixas; e ajudar o “grupo” a alcançar o sucesso da missão: “Trate combatentes feridos, limite o risco de mais baixas e alcance o sucesso da missão.”

Em Minas Gerais, já há essa mentalidade. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) capacitou, no fim de agosto, 106 profissionais na utilização dos protocolos de APH, dentre eles policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), policiais penais e agentes socioeducativos, transformando-os em agentes mais preparados e verdadeiros multiplicadores de conhecimento. 

Ao enxergar um profissional da segurança pública, não o veja somente como um garantidor da ordem pública, um limitador de direitos individuais em prol dos direitos coletivos e do interesse público, mas sim como um profissional capaz de te salvar quando você estiver em risco. Não vivemos do combate, vivemos para proteger e salvar, principalmente, o bem jurídico de maior valia em nosso ordenamento jurídico: a vida.