Serginho Líbero

Dos livros para o mundo

O esporte me proporcionou viagens inesquecíveis, passeios memoráveis e momentos ímpares

Por Serginho Líbero
Publicado em 07 de março de 2020 | 03:00
 
 

Tudo nessa vida tem o seu lado positivo, certo? O vôlei me levou do mundo dos livros na escola ao lugar onde tudo aconteceu. 
Onde morávamos na República Tcheca estávamos próximos à Polônia, Áustria e Eslováquia. Estradas impecáveis para rodar com o meu possante com 500 mil quilômetros rodados sem medo de ser feliz. A opção de pegar um trem confortável e barato era sempre levada em consideração. Cruzar países era muito fácil: uma hora até Cracóvia, duas horas e meia até Viena e três horas de trem até Praga, por exemplo.

Viajamos e experimentamos cultura, culinária, idiomas e carregamos a nossa mochila com boas recordações. A família envolvida diretamente na rotina diária precisava ter também momentos de lazer. 

Nossas famílias mataram a nossa saudade em dezembro. Minha filha mais velha, mãe, pai, irmã, sogro, sogra, cunhada e cunhado esquentaram nosso mês de dezembro com presença, proximidade, boas risadas, bons perrengues e histórias engraçadas para contar. 

Para vocês terem uma ideia, minha filha embarcou com o passaporte da minha cunhada na mala sem saber. Imagina uma cunhada desesperada? Achou que havia perdido o passaporte, foi na polícia, escreveu bilhetes em tcheco e pregou nos prédios vizinhos, deixou em bares e nada de achar. Já tinha desistido e o plano era pedir outro passaporte, quando a minha filha ligou com uma voz estranha. Assustei! Ela logo foi dizendo: ‘pai, o passaporte da Marina está na minha mochila, por engano’. Para fechar com chave de ouro, quando minha cunhada estava voltando para o Brasil, foi parada na imigração, pois esqueceu de avisar à polícia que tinha achado o passaporte. Consulado, Embaixada e Polícia Federal são coisas sérias e qualquer coisa que aconteça precisa ser comunicada. 

Essas e muitas outras situações fazem parte da vida daquelas pessoas que têm a oportunidade de vivenciarem experiências no exterior por consequência do trabalho. Eu, como atleta, aprendi muito durante os anos, mas morar fora foi um momento incrível para, até mesmo, me reconhecer como pessoa. O esporte me proporcionou viagens inesquecíveis, passeios memoráveis e momentos ímpares. 

Para quem não trabalha em algo que permita viagens, deixo aqui uma dica: viaje! Para qualquer lugar! Apenas viaje! Viajar sempre será a melhor forma de conhecer o mundo e respeitar todas as culturas, etnias, raças. Viajar sempre será a maior riqueza que uma pessoa pode ter. Viajar enriquece a alma e abre a mente! 
Ah! E já dizia César Menotti e Fabiano: “é aqui que eu amo, é aqui que eu quero ficar, pois não há lugar melhor que beagá”. Ou melhor, lugar melhor do que o Brasil!