Serginho do Vôlei

Momento de decisão na Superliga feminina

Das arquibancadas e pela TV não é possível identificar o nervosismo de uma etapa como essa. A pressão é grande e cada atleta reage de uma maneira

Por Serginho do Vôlei
Publicado em 27 de março de 2021 | 04:00
 
 

Como manda a boa educação, primeiro as damas. O sistema bolha começou em Saquarema com a semifinal feminina da Superliga. A decisão foi tomada devido aos decretos governamentais divulgado recentemente. Várias cidades com inúmeras restrições fizeram com que não houvesse muitas opções. Restou realizar em sistema de bolha ou cancelar a competição. Na bola, tudo dentro do esperado entre as quatro equipes que mais investiram e fizeram valer dentro de quadra. Agora é hora em que “o filho chora e a mãe não vê”, “a melhor parte do campeonato”, “onde separa as mulheres das meninas”, “hora de ver quem é quem”. 

Em Minas contra Bauru, superioridade para o time de Belo Horizonte, equipe bem treinada e que foi muito regular durante toda a temporada. Importante citar o excelente trabalho feito pelo setor médico na recuperação de uma de suas mais expressivas atletas, Danielle Cuttino. Aos olhos do grande público pode ser inexpressivo, porém digo com 100% de certeza que equipe médica de qualidade ganha campeonato. 
O time paulista traz um elenco de qualidade, atletas vencedoras que estão acostumadas a grandes decisões, porém foi mais irregular ao longo da fase classificatória. Trocou o técnico durante a temporada e se reforçou com a búlgara Dobriana. A equipe evoluiu, apesar de ainda sofrer com a adaptação da nova estrutura. O desafio do momento é dobrado, recuperar Dobriana, que se machucou recentemente e bater a melhor equipe do momento. Improvável não é impossível. 

Praia Clube e Osasco fazem outro grande duelo com promessa de muito equilíbrio. O time de Uberlândia foi estável durante a temporada e briga de igual para igual pelo título. Se encontra um pouco à frente de Osasco e Bauru. 

Das arquibancadas e pela TV não é possível identificar o nervosismo de uma etapa como essa. Impossível se acostumar com a sensação dentro de quadra. A pressão é grande e cada atleta reage de uma maneira. Atletas não são super heróis, dá medo sim. Medo não é um defeito, medo não deixa com que o sinal de alerta para o desafio que vem pela frente pare de funcionar. Sugestão para jovens atletas: se você sente medo, você é uma pessoa normal, prepare-se para o desafio. Esse desconforto faz com que o atleta treine mais, se prepare melhor. As noites que antecedem os jogos são mais longas, o sono é mais agitado, altera até o humor. Durante o jogo as mãos suam frio, a boca fica seca e o coração dispara.

E para quem diz que estar dentro de quadra é mais fácil do que do lado de fora, eu concordo em apenas em um ponto: dentro você pode fazer algo para mudar o cenário. Sendo assim, estar fora de quadra é muito mais fácil. Boa sorte a todas as equipes!