Serginho do Volei

Serginho Líbero

Vida longa para o atleta ‘old school’

Publicado em: Sáb, 08/02/20 - 03h00

O tema da coluna de hoje foi sugerido por um leitor. Onde moro, na República Tcheca, um atleta profissional de hóquei no gelo faz história aos 47 anos pela competência e longevidade em alto nível. Os títulos de campeão olímpico, mundial e da Stanley Cup bastam para descrever o mito tcheco Jaromír Jágr. Ele foi tema de uma matéria recentemente, quando fez dois gols na partida do seu time contra o líder do campeonato.

Qual é o limite do profissionalismo? Existe regra? Quanto a idade influencia no desempenho? Quanto a experiência ajuda no desempenho? Quem assistiu à reta final da corrida de São Silvestre em 2019? Faltou experiência para o jovem atleta de 19 anos, na minha opinião. Quais são os critérios para definir quem deve ou não jogar?

Recentemente, falamos da análise dos números e podemos começar por eles para definir quem joga ou não. O mais consistente e com melhores números joga no meu time independentemente de qualquer coisa. No Brasil, principalmente, passamos pelo crivo das pessoas quando nos aproximamos de uma idade considerada “imprópria” para o esporte em alto nível.

Em entrevista recente, o técnico José Roberto Guimarães foi questionado sobre renovação e foi certeiro ao responder que os tempos são outros, que existem renovações pontuais e que também conta com jogadoras mais velhas, em plenas condições de jogar em alto nível.

Uma frase pronta frequentemente direcionada para atleta experiente em narrações no Brasil é que fulano, aos 42 anos de idade, está jogando muito bola. Existe também frase pronta quando o mesmo atleta não joga bem e é escrita por leigos: esse(a) aí tá velho (a), não consegue mais jogar. Observe que, em menos de 24 horas entre um jogo e outro, os comentários mudam drasticamente.

A expectativa de vida aumentou, o material usado para a prática do esporte melhorou, a medicina evoluiu e o atleta de trinta e poucos anos continua sendo velho para o esporte de alto rendimento no Brasil. Deixo o meu registro aos trintões e quarentões que estão desfilando categoria pelas quadras: idade é apenas um número! Vida longa para o atleta “old school”.

Assista à coluna do Serginho em vídeo desta semana:

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.