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Habilidoso, lateral Zé Carlos é quem dava trabalho para os pontas

Publicado em: Seg, 02/09/19 - 18h42

Zé Carlos, 60, lateral-esquerdo rápido, ambidestro, habilidoso. Aprendeu a jogar futebol no América, que o recebeu em 1976. Procurava se espelhar em Júnior, do Flamengo, um ídolo da posição. Foi promovido ao profissional por Hugo Cesar com outros dez jogadores, dentre eles, Wagner, Waner, Mateus, Luiz Carlos Hype e Lúcio.

Zé Carlos foi um dos primeiros jogadores a fazerem a diferença com o arremesso lateral. No juvenil, sentiu que poderia surpreender. O preparador físico José Eustáquio dizia: “Com mais força, a bola vai mais longe”, lembra.
Zé Carlos então treinava bastante os lançamentos com as mãos. Ele conta que a primeira experiência foi com a “medicine ball”, bola cujo peso variava entre 2 e 8 quilos. Eram 30 minutos de treinos todos os dias.

No profissional, pedia ao roupeiro Pireco que retirasse a câmara de ar das bolas mais usadas para encher de areia e aumentar o peso. Com ajuda dos longos arremessos de Zé Carlos, o América conseguiu muitas vitórias. Àquela altura, os laterais se tornaram jogada ensaiada. “Eu lançava para o Cláudio Barbosa, que ajeitava para o Wagner fazer o gol. Jair Bala era fã dessa jogada”, lembra Zé Carlos.

O ex-lateral fez um golaço no Cruzeiro, em 1980. Ele pegou de canhota da intermediária, e a bola entrou no ângulo, sem chance para o goleiro Ica. Aquele foi escolhido o “gol da rodada”. Para o torcedor americano Alberto Tameirão, foi um dos mais bonitos do Coelho no Mineirão.
Zé Carlos passou pelo Democrata de Sete Lagoas.

Por sua regularidade, Arizona o levou para o Atlético Goianiense. Com seus arremessos laterais, ajudou Osmarzinho a se tornar um dos artilheiros do Campeonato Goiano. Ele jogou também no Americano de Campos e fez parte da seleção do Estadual do Rio de Janeiro. Teve oportunidade de marcar grandes pontas, como Renato Gaúcho, Maurício e Tarciso, que encontravam dificuldades por causa de sua habilidade e muitas vezes tinham que marcá-lo.

Essa mesma habilidade fez com que o técnico Mauro Fernandes, no Pouso Alegre, entregasse a camisa 10 para o lateral. No clube do Sul de Minas, Zé Carlos havia chegado para o lugar de Nonato, que foi para o Cruzeiro. Hoje, Zé Carlos trabalha como autônomo e ainda bate uma bola no Campeonato Cinquentão da Liga de Santa Luzia, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte onde mora.

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