Super Historias

Jorge Valença colocava ordem no lado esquerdo

Publicado em: Dom, 18/06/17 - 03h00

Jorge Queiroz de Souza ou Jorge Queiroz ou Jorge de Souza. Nenhum desses nomes soava bem na época para um jogador de futebol, por isso o lateral-esquerdo que brilhou com a camisa do Atlético passou a ser conhecido por Jorge Valença, em homenagem à cidade em que nasceu, na Bahia. No início, ele tinha dúvida se seria jogador de futebol ou militar. Foi para Salvador e passou nos testes do Vitória, o que o fez desistir de ser militar.

No rubro-negro baiano, ele jogou de 1973 a 76, e depois foi para o América-RJ, clube que defendeu em 1977 e 78. Em seguida, começava sua história no Galo, em uma troca envolvendo o ponteiro Serginho. Por causa da raça, força e vigor físico, além de boa impulsão, estilo guerreiro e jogando futebol feijão com arroz e nada de firula, Valença se tornou ídolo da torcida atleticana. Entre 1979 e 86, foram 333 jogos, 13 gols e seis títulos mineiros. Foi batizado de “touro” pelo companheiro Éder Aleixo por causa de sua força física. Valença lembra que estreou jogando contra o Cruzeiro e no primeiro tempo não deixou Eduardo Rabo de Vaca pegar na bola. No segundo, parou Joãozinho, e foi considerado o melhor em campo. Valença não era chegado a “chinelinho”, em muitas partidas ele entrou em campo sem estar no melhor condicionamento, porque não gostava de ficar fora. Segundo Miranda, “Valença jogava até com dor de barriga”.

Valença sente saudade do convívio com os colegas. Ele deu muitas risadas com o jeito descontraído de Catatau, Nelinho e Renato Dramático, e na companhia de João Leite gostava dar apelido aos companheiros. Para ele, o melhor time foi o de 1980, com João Leite; Orlando, Osmar Guarnelli, Luizinho e Jorge Valença; Chicão, Cerezo e Palhinha; Pedrinho, Reinaldo e Éder. “Na final do Brasileiro de 1980, no Maracanã, não foi merecida a expulsão de Reinaldo, com o Atlético sendo prejudicado. A mesma coisa no ano seguinte, no Serra Dourada, pela Libertadores.”

Os pontas que lhe davam mais trabalho eram Carlinhos Sabiá, Tarcísio, Valdomiro e Gil. “O futebol sem os pontas ficou melhor para os laterais, que podem jogar mais à frente, e têm volantes para fazer a cobertura”, afirma.

Jorge Valença jogou também no América, Villa Nova, e, por causa das dores na coxa esquerda, resolveu pendurar as chuteiras em 1989, no Atlético-PR.

Aposentado, hoje ele trabalha com jovens de 15 a 20 anos no CT Jorge Valença, na Vila Santa Luzia, perto da Toca da Raposa 1. “O trabalho visa recuperar a estima de jogadores que não foram aproveitados no América, Atlético e Cruzeiro. Vários jogadores, depois de um período de treinamento, têm se transferido para clubes de vários pontos do Brasil e do exterior.”

Wilson José estreia neste somingo (18), às 12h, na rádio Super Notícia 91,7 FM, o programa Super Histórias. Os convidados são os ex-jogadores Marcelo Ramos, Palhinha, Walter Minhoca e Ramon Guimarães. 

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