SUPER HISTÓRIAS

Pereira conta que goleiro não podia comer frango no almoço

Como profissional pelo Galo, de 1981 a 1987, foram ao todo 137 partidas e 109 gols

Por Wilson José
Publicado em 17 de fevereiro de 2019 | 03:00
 
 
Nos últimos anos, o ex-goleiro do Atlético vem atuando como treinador no interior de Minas, tendo comandado clubes como Mamoré, Tricordiano e Democrata-GV Márcio Pereira/arquivo pessoal

Pereira, 56, formou-se no Atlético, onde passou por todas as categorias como titular. Boa estatura, excelente colocação, tinha grande visão de jogo e saía muito bem do gol. Como profissional pelo Galo, de 1981 a 1987, foram ao todo 137 partidas e 109 gols.

Não jogou mais porque João Leite era o titular. Não era fácil, mas Pereira entendia que tinha que aprender assistindo aos jogos e vendo João atuar para poder superá-lo. E conseguiu em duas oportunidades, com João Leite indo para o banco de reservas.

O goleirão chegou a jogar com camisa amarela uma vez. Como perdeu para o Corinthians, devolveu a camisa ao roupeiro Valtinho, para que a colocasse no fundo da gaveta.

Na seleção brasileira, foram duas oportunidades, sob o comando de Telê Santana e de Carlos Alberto Silva. Além do Atlético, Pereira defendeu outros grandes clubes, como: Coritiba, Fluminense, Cruzeiro, América e a LDU, do Equador.

Com a idade chegando e os calotes que recebeu no mundo do futebol, Pereira resolveu pendurar as luvas.

Pereira trabalhou com excelentes comandantes. Além de Telê e Carlos Alberto Silva, ele destaca Enio Andrade, Procópio Cardoso, Rubens Minelli, João Avelino, Ilton Chaves, técnicos inteligentes com quem ele aprendeu muito. Agora, procura colocar em prática também como treinador os conhecimentos adquiridos.

Carne de peru. O ex-goleiro Pereira relembra casos curiosos. Por exemplo, ele conta que João Avelino não permitia que os goleiros comessem frango no almoço ou no jantar em dia de jogo. Muito menos carne de peru. Curioso também é que nunca passou pela cabeça de Pereira se aventurar a fazer gol, como acontecia com Rogério Ceni.

Orgulho de uma bela geração do futebol

Pereira teve o orgulho de participar de uma geração de grandes jogadores no Atlético, tendo jogado ao lado de Reinaldo, Nelinho, Éder, Luisinho, Edvaldo, Toninho Cerezo, Batista, Heriberto, Douglas, Edson, Hamilton, Careca, Jorge Valença, Heleno, Elzo, Catatau e tantos outros.

Hoje como treinador, Pereira acha que será difícil ter chance de trabalhar no Atlético, Cruzeiro ou América. Ele é categórico ao avaliar que as oportunidades a técnicos de Minas Gerais nos grandes clubes são raras e que na maioria das vezes os de fora é que são mais valorizados.

Na profissão de treinador, o ex-goleiro passou a ser conhecido como Márcio Pereira e tem trabalhado em clubes do interior mineiro, como Mamoré, Tricordiano, Nacional e Democrata de Valadares.