TOSTÃO

Os fantasmas existem

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 04 de fevereiro de 2015 | 04:00
 
 

Tite, com seu rigor tático, uma virtude, desde que não iniba a criatividade e a improvisação, queria transformar Lodeiro em um Jorge Henrique melhorado, para atuar pelos lados. Jadson, que estava na reserva, é superior a Lodeiro e a Jorge Henrique, mas não é esse tipo de jogador. É um meia clássico, pelo centro. Como, hoje, o Corinthians vai pressionar desde o início, os três meias atuarão a maior parte do tempo no campo do adversário, sem precisar de tanto rigor na marcação pelos lados.

O Corinthians tem de conseguir uma boa vantagem para não se amedrontar com o fantasma de Tolima no jogo de volta. Os fantasmas existem e incomodam mais que os vivos.

Provocações. Um repórter do jornal “El País”, de Madri, lembrou-me de que Neymar gosta muito mais do confronto individual que Romário, Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo, que também brilharam no Barcelona. Neymar, sem querer, querendo, irrita o adversário com seu repertório enorme de dribles. Diferentemente de Messi, que é muito marcado, porém, sem violência, os adversários adoram derrubar e provocar Neymar. Em todos os jogos, cria-se um atrito, que pode ser bom para Neymar, pois, quanto mais faltas sofre, mais dribla e joga melhor, ou ruim, pelos riscos de contusões, expulsões e de se tornar antipático a todos os rivais. Neymar acrescentou muito com seu talento e velocidade nos contra-ataques. O Barcelona não é mais apenas o time de troca de passes e de infiltrações em pequenos espaços, para fazer gols. No contra-ataque, Messi tem dado passes espetaculares para Neymar, atrás dos defensores. O grande desafio do técnico Luis Enrique é manter o excepcional trio de atacantes, com Messi, Neymar e Suárez, sem fragilizar a marcação, quando enfrenta grandes equipes.

Última chance. No documento final sobre o refinanciamento das dívidas dos clubes, que está sendo discutido em Brasília, com as contrapartidas relevantes e necessárias, é essencial, para ficar claro, claríssimo, que, se continuarem irresponsáveis e não cumprirem o combinado, o governo, além de aplicar as penalidades, não faça nada para evitar que os clubes quebrem, seja quais forem. Deveria ser a última chance.

Ironia. Um leitor me perguntou se foi ironia minha a exaltação aos Estaduais. Pensei que era óbvio. Ironia e piada não se explicam. Perdem a graça.

Cruzeiro
Se Marcelo conseguir formar logo um excelente time e ganhar um título importante neste ano, vai se tornar a principal opção para técnico da seleção, caso Dunga não vá bem. Willians, novo contratado, é um desses volantes que marcam muito, geralmente com faltas, e, quando têm a bola, demoram um ano para dar um passe para o lado. E ainda costumam errar. Mas a carência é tanta no setor, que ele será um reforço, ao lado de Henrique. Eurico foi discreto contra o Democrata. Às vezes, na falta de ótimos jogadores, ser discreto é uma qualidade, se não errar.

Mas continuam as esperanças. Todos os torcedores só falam em De Arrascaeta. Quem sabe, ele será ainda melhor que Everton Ribeiro? Sonhar é preciso.