TOSTÃO

Quase dois Messis

Redação O Tempo

Por Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 | 03:00
 
 

Os apressados, que colocavam o Corinthians no nível dos grandes times do mundo, o que é uma aberração, já definiram que o Atlético é o melhor do momento e o favorito no Brasileirão. Contra Inter e Fluminense, o Galo jogou um futebol eficiente, envolvente e bonito, mesmo fora de Belo Horizonte, o que não acontecia. Mas ainda é muito cedo para apontá-lo como favorito. Nas duas partidas contra o Inter, o time levou cinco gols.

O São Paulo, contra a Ponte Preta, repetiu a péssima atuação contra o Cruzeiro. Um dos problemas da equipe, desde antes de Muricy Ramalho, por ter muitos jogadores famosos e supervalorizados, é não definir o sistema tático e a estratégia. Milton Cruz entrou e mudou novamente, sob orientação de Rogério Ceni.

O Santos, pelo baixo nível do Brasileirão e por ter dois jogadores especiais, Robinho e Lucas Lima, pode disputar o título. No gol de Geuvânio, a bola bateu no pé do zagueiro, subiu e caiu dentro do gol. Trataram o lance como um chute espetacular do atacante. Será que ninguém viu o desvio?

Cruzeiro e Inter, fora de casa, jogam pela Libertadores. A única ótima atuação do Cruzeiro no ano foi contra o São Paulo, no Mineirão. Mesmo assim, é candidato ao título, por não haver nenhuma outra grande equipe. Os jogadores pelos lados correm, marcam e atacam, os dois dinâmicos volantes desarmam muito, e o meia-atacante De Arrascaeta atua próximo ao centroavante. Falta um armador, organizador.

Continua, nos times brasileiros, a dependência de um clássico meia de ligação, único responsável pelo passe decisivo para o gol. As grandes equipes do futebol mundial não têm esse jogador. Possuem vários armadores (volantes e meias), que marcam, se aproximam, trocam passes, avançam e jogam de uma intermediária à outra. O Atlético tem feito isso, com muita troca de posições.

No Palmeiras, existe a dúvida se Zé Roberto deve jogar de meia de ligação, de volante ou, agora, mais avançado, pela esquerda, com a suspensão de Dudu. As melhores atuações de Zé Roberto na carreira não foram em nenhuma dessas três posições, e sim mais recuado, como um volante armador, marcando e iniciando as jogadas ofensivas, como fez na Alemanha e na Copa de 2006, quando foi eleito para a seleção do Mundial.

O Inter possui uma grande virtude, a de ter dois excelentes armadores, Aránguiz e D’Alessandro, com características diferentes, que se completam e atuam próximos. Mas o xodó atual é o jovem Valdívia. Ele já aprendeu com o técnico Aguirre a jogar e a participar da marcação. Quando o vi atuar, no ano passado, ele era muito confuso, querendo fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Não fazia nada bem. Errava demais. Ele evoluiu, minimizou os movimentos e os lances, ficou mais lúcido e simples, qualidades básicas para ser um bom jogador. Mas ainda é muito cedo para ser endeusado. É apenas uma promessa.

Vem aí a Copa América, sem parar o Brasileiro. Um absurdo. Um jornal da Itália, referindo-se a Neymar, escreveu na primeira página, depois da eliminação do Bayern, que o Barcelona tem uma grande vantagem, a de ter quase dois Messis.

Chance reais

Mesmo sem brilho, com exceção do jogo contra o São Paulo, o Cruzeiro tem chances de ser campeão da Libertadores, já que não há uma outra grande equipe. Não espero que o Cruzeiro jogue bem e ganhe amanhã. Minha esperança é que o time tenha uma grande atuação defensiva, que Fábio faça, novamente, espetaculares defesas, e que consiga um gol, para vencer, empatar ou até mesmo perder por 2 a 1.

Antes de começar a Libertadores, o River era o time mais elogiado da Argentina, mas foi uma decepção na fase de grupos, o último classificado, com apenas sete pontos. No primeiro jogo contra o Boca e no primeiro tempo do segundo, não houve futebol. Só pancadaria. Por isso, tenho muitas dúvidas se é ou não uma excelente equipe.