Vida Saudável

Fígado gorduroso 

Publicado em: Sáb, 02/12/17 - 03h00

Nosso fígado possui, normalmente, pequenas quantidades de gordura, cerca de 10% do seu peso total. Quando o percentual de gordura excede esse valor, estamos diante de um fígado que está acumulando gordura, ou seja, diante de um fígado gorduroso. O objetivo da coluna desta semana é de falar sobre a prevenção desta patologia, dado que a mesma cursa de forma assintomática na maioria dos casos.

Quanto maior e mais prolongado for o acúmulo de gordura no fígado, maiores são os riscos de lesão hepática. Quando há gordura em excesso e por muito tempo, as células do fígado podem sofrer danos, ficando inflamadas. Este quadro é chamado de esteato-hepatite ou hepatite gordurosa. A esteato-hepatite é um quadro bem mais preocupante que a esteatose, já que cerca de 20% dos pacientes evoluem para cirrose hepática e eventualmente para o câncer de fígado.

A obesidade, o diabetes, a má nutrição, a perda brusca de peso, a gravidez, cirurgias diversas e o sedentarismo são fatores de risco para o aparecimento da esteatose hepática gordurosa não alcoólica. Há evidências de que a síndrome metabólica caracterizada por pressão alta, resistência à insulina, níveis elevados de colesterol e triglicérides associada à obesidade abdominal estão diretamente ligados ao excesso de células gordurosas no fígado. Nos quadros leves de esteatose hepática, a doença é assintomática. Os sintomas aparecem quando surgem as complicações da doença. Num primeiro momento, as queixas são dor, cansaço, fraqueza, perda de apetite e aumento do fígado. Nos estágios mais avançados, a doença evolui para falência do órgão com complicações metabólicas e neurológicas.

O tratamento se baseia em um estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos. Deve-se controlar o colesterol, o diabetes, e, se possível, trocar medicamentos que possam estar colaborando para a piora da esteatose. Por isso consulte seu médico para uma avaliação mais aprofundada. Medicamentos como metformina (em pacientes não diabéticos) e as vitamina C e E apresentam resultados controversos e ainda não há uma indicação formal para o seu uso. Restringir o consumo dos carboidratos refinados e de alimentos gordurosos também é de bom tom. Os bebedores contumazes e diários devem passar a reduzir ou suspender o consumo de bebidas alcoólicas e “dar um tempo para o fígado”.

Alguns alimentos específicos ajudam na redução da gordura do fígado. A alcachofra, o rabanete, a beterraba, o limão e o gengibre são alimentos benéficos no combate à esteatose hepática. O destaque fica por conta de uma planta de nome cardo mariano, onde suas folhas secas podem, sob infusão, serem consumidas em chás três vezes ao dia. Esta planta contém uma substância ativa conhecida por silimarina, que sabidamente ajuda na redução da gordura do fígado e na desintoxicação deste órgão, pois reduz a inflamação. Já existe no mercado suplementos à base de silimarina para pessoas com diagnóstico deste problema. Entretanto, não pratique a automedicação, tire a dúvida antes com seu médico.

Faça uma boa semana.

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