O TEMPO

Que jornalismo!!!

Dirigem-se a Elon Musk, o desbravador do espaço, como “um que produz porcaria com extrema frequência. Esquecem, entretanto, que eles nunca produziram algo que prestasse

Por Vittorio Medioli
Publicado em 22 de maio de 2022 | 03:00
 
 

Quando se fala de imparcialidade na imprensa brasileira, precisamos passar pela internet e pelas páginas das principais fontes noticiosas para ver como foi tratado o homem mais genial da humanidade contemporânea, aquele que superou a própria Nasa e por ela acabou contratado para o programa de chegada do homem a Marte. 

“Monstro”, “medíocre”, “bilionário excêntrico”, acusado de “ser responsável por um mundo espetacular, mas uma verdadeira zona”, de “bostejar” (falar uma asneira atrás da outra), “produtor de porcarias”, “processado por assédio sexual...”, por aí afora. Imaginem se não tivesse comprovado com seus inventos ser um fenômeno da tecnologia que alargou nossas fronteiras em milhões de quilômetros. 

Ele veio ao Brasil para entregar um sistema que vai conectar 20 mil escolas rurais à internet, possibilitando, assim, um salto de qualidade e uma capacitação que acelerará o conhecimento de muitos “excluídos”. Ofereceu também um monitoramento da Amazônia de alta precisão, que servirá para controlar em tempo real a floresta amazônica de ataques criminosos. Retratam os colunistas um mal-estar de personalidades sem nome pela presença do presidente da República numa reunião de notáveis brasileiros com Elon Musk. 

Mas tudo isso passou em segundo lugar, acobertado por uma densa e engajada crítica, por ter-se encontrado com o presidente Bolsonaro, que, pasmem, foi atacado em colunas como “psicopata”, “rei das rachadinhas”, “louco”, “genocida” e muito mais. 

Um gesto de grandeza e um primeiro passo para o Brasil entrar na rota das tecnologias mais aceleradas do mundo – que Musk pode conceder a baixo custo ou, como pareceu, de graça – ficou sendo tratado como uma “jogada eleitoreira” do presidente e um ato falho do “gênio louco”. 

A crítica vem de pessoas notoriamente engajadas e de alguns bem-remunerados para defender o retorno ao petrolão, saudosos ainda da época em que a qualquer boçal, que age com proselitismo direcionado em defesa da corrupção, eram liberadas verbas milionárias para não ver, não falar ou gerar cortinas de fumaça sobre os maiores roubos a que a humanidade assistiu exatamente aqui, no país. Um petrolão que movimentou gabinetes da esquerda para se manter e que se alastrou aos partidos é culpa apenas de uns e serve para ofuscar as rachadinhas de todos. 

São, sim, condenáveis, mas não acabaram com a economia nacional nem levaram sozinhos a uma desgraça econômica generalizada. Notório é que milhares de parlamentares, começando pela esquerda, acabando com a direita, a praticam, com frequência atendendo aos próprios articulistas engajados. 

Pois bem, por uma visão tão cínica e estreita, um gesto de grandeza de alguém que nunca votaria no PT se transformou, em encontro com Bolsonaro, num ato dito de louco, insano, insensatez e muito mais. 

Dirigem-se a Elon Musk, o desbravador do espaço, como “um que produz porcaria com extrema frequência”. Esquecem, entretanto, que eles nunca produziram algo que prestasse, nunca geraram um emprego e escrevem porcarias direcionadas ideologicamente. Pior, têm a coragem de assinar esses artigos, que lhes darão – enquanto Musk entrará como herói – o direito de passar à posteridade como verdadeiros indigentes morais, neuropatas que negam a evidência. Uma vergonha nacional. 

Fosse Lula o atacado com tantas ofensas, o PT lançaria seus advogados contra essas canetas medíocres, patéticas, ignorantes, que fazem do Brasil um país pequeno e realmente capaz de abrigar a mediocridade.