MÚSICA

Atrações para todos os gostos  

O Pampulha selecionou três atrações imperdíveis para quem gosta de música e que acontecem nesta semana em diversos espaços de Belo Horizonte

Por Patrícia Cassese
Publicado em 17 de março de 2018 | 03:00
 
 
2 Foto: Mariana Botelho e Bruno Bento/divulgação

A música de Dalva de Oliveira, o som de um violeiro que já percorreu várias veredas e a maestria de um instrumentista que soma mais de 25 anos de bons serviços prestados à música são algumas das atrações da semana que têm o DNA mineiro. Confira a seguir.

Casa de Dalva

Da música instrumental para o repertório de uma das maiores cantoras do Brasil, Dalva de Oliveira (1917-1972). Nos próximos sábado e domingo (24 e 25), Thelmo Lins e Wagner Cosse apresentam “Casa de Dalva”, show pensado para o marco dos 100 anos de morte da intérprete, completados ano passado. “Quando o apresentamos pela primeira vez, em novembro, ficamos surpresos com a reação do público. Cantaram todas as canções, se levantaram, dançaram, comemoraram. Os que nunca tinham ouvido falar da Dalva ficaram impressionados com o fato de uma cantora ter um repertório tão rico e atemporal. Alguns confidenciaram que, de tão encantados, iam procurar tudo sobre ela”. E por falar em repertório, Thelmo conta que fechá-lo foi tarefa das mais difíceis. “Mas ‘atacamos’ todos os clássicos, de ‘Ave Maria do Morro’ a ‘Kalu’, passando pelo ‘Hino ao Amor’ e ‘Segredo’. E dividimos o roteiro em fases: a primeira remete aos cassinos e às canções de grande impacto. Depois, há um set dedicado à briga musical com Herivelto (Martins) e, em seguida, mergulhamos nas músicas mais religiosas e, por fim, nas marchinhas. Ficou muito alegre e emocionante”, avalia.

Casa de Dalva

Com Wagner Cosse e Thelmo Lins

Teatro Santo Agostinho (rua Aimorés, 2679 – 2125-6810). 

Dias 24 (sábado) e 25 (domingo), às 18h. R$ 40 (inteira).

Infantil 

Para a petizada, uma atração é “Brinquedorias”, espetáculo com o qual o grupo Serelepe (EBA/UFMG) sobe ao palco do Teatro Marília. “A ideia é mostrar brincadeiras tradicionais pouco conhecidas de forma cênica”, conta Eugênio Tadeu, um dos integrantes, junto a Reginaldo Santos e Gabriel Murilo. Um exemplo é a Quaquadela, que se assemelha à brincadeira Adoleta. A montagem, na verdade, deriva-se do CD e DVD homônimos, lançados no ano passado. Ainda em fase preliminar, “Brinquedorias” teve uma avant-première na Argentina, no 13º Encontro da Canção Infantil Latino-Americana e Caribenha, ocorrido em Buenos Aires, no ano passado. “O trabalho é dedicado às crianças, mas a ideia é que os adultos gostem também. A gente tenta fazer algo independentemente da idade”, conta Eugênio.

Brinquedorias

Com Grupo Serelepe

Teatro Marília (av. Professor Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). Sábados e domingos (dias 17, 18, 24 e 25), às 16h. R$ 12 (inteira). 

Pereira da Viola

 

O Sesc Palladium recebe na quarta-feira (21), o lançamento do CD “Novos Caminhos”, do mineiro (de Teófilo Otoni) Pereira da Viola. “Na comunidade dos violeiros, estava sentindo falta de um disco só de voz e viola e pensei: ‘Por que não?’”, conta ele, que selecionou 13 faixas, entre autorais e leituras. Do primeiro time, o trabalho reforça a parceria com o poeta João Evangelista Rodrigues. “Acredito que a gente tenha uma irmandade de outras vidas. Comungamos as mesmas ideias”, relata. Sobre o novo repertório, ele destaca, por exemplo, a faixa que batiza o CD, “Novos Caminhos”. “Em meio a esse pessimismo que o Brasil vive, ela lembra que, mesmo nos momentos difíceis, não podemos perder a perspectiva de um amanhã diferente. Acreditar que dias melhores virão se a mente, o coração e a alma estiverem abertos ao novo”. 

Pereira também cita “Mãe do Céu Morena”, do Padre Zezinho. “Assim como ‘Novos Caminhos’, ela traz esse lugar da esperança e da fé em algo maior que está regendo tudo isso que a gente vive, de todo esse processo no qual parece não haver horizontes. A canção propõe que quem tem muito, deve partilhar. E quem não tem, a não se cansar, pedindo a interferência dessa energia que alguns chamam de Deus, ou outros nomes, de acordo com a fé”. E para mostrar seu respeito a todas as crenças, ele abre os trabalhos com “Lenda Hindu”, de nome autoexplicativo. No caso, a história é narrada nos acordes da viola. 

Pereira da Viola

Lançamento do CD “Novos Caminhos”

Grande Teatro do Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046). Dia 21 (quarta), às 20h. R$ 30 (inteira).

Campagnani

Na quinta (21), é a vez de o belo-horizontino Adriano Campagnani mostrar sua homenagem ao Clube da Esquina com o lançamento, n’ A Autêntica, de seu terceiro disco, “Instrumental das Esquinas”, que reúne dez faixas. “Pensei em fazer um disco comemorando meus 25 anos de carreira. E, como sempre acompanhei muitos músicos mineiros, achei que seria a vez de convidá-los para me acompanhar”, conta Adriano, referindo-se a gente do naipe de Flávio Venturini, Lô Borges e Toninho Horta. “Toco com o pessoal do Clube da Esquina desde o início, mas é a primeira vez que participam de um disco meu. E todos aceitaram com muita honra”, diz ele, que também conta com as presenças de Wilson Sideral e Serginho Carvalho. Flávio Venturini participa da faixa que abre o álbum, “Plenum”, com influências do rock progressivo. “Já compus pensando nele, precisamente na época em que integrava (o grupo) O Terço. Ele optou por teclados analógicos e, bem, a voz dele é de anjo”, elogia Adriano, que também cita a faixa 3, “Espiral”, única que não é de sua autoria: a composição é de Cláudio Faria, que faleceu em dezembro do ano passado, aos 48 anos – como Campagnani, ele integrava a banda de Beto Guedes. Em tempo: antes do show, Campagnani dá um workshop das 19h30 às 21h30. “Ministro um curso online e tenho alunos de todo o Brasil. Então, a cada cidade, nos workshops, é o momento de encontrá-los, tirar dúvidas, compartilhar conhecimentos, interagir. É muito bacana”.

Adriano Campagnani

Lançamento do CD “Instrumental das Esquinas”. 

A Autêntica (rua Alagoas, 1.172, Savassi). Dia 22 (quinta). Workshop das 19h30 às 21h30. Show às 22h. Entrada gratuita, sujeita à lotação do espaço.