Espaço Gourmet

Que pepino!

Crocante e com aroma refrescante, o vegetal agora ganha uma nova chance na gastronomia, de drinques a saladas

PUBLICADO EM 26/05/18 - 03h00

Há quem não goste dele de jeito algum. Tanto é que dizer que algo “é um pepino” tornou-se metáfora para apontar que trata-se de um problema de difícil solução. O motivo é que muita gente encara o fruto como algo indigesto. Mas o seu sabor suave e refrescante ao paladar e sua incontestável crocância conquistaram territórios inusitados na gastronomia: caso da coquetelaria. 

É o que explica Grego Fiorotti, sócio do Pajubar – um dos estabelecimentos responsáveis por tornar o gim-tônica uma febre na capital mineira. No menu de opções, há uma que leva limão siciliano e fatias de pepino. “Essa receita é uma das mais clássicas. Como o gim é uma bebida de sabor forte, por conta das especiarias que completam a receita, o pepino dá uma espécie de ‘amaciada’ na mistura, e também uma refrescância”, explica ele.

Antes de incorporar a receita na casa, Gregório conta que fez alguns testes com outros ingredientes conhecidos por provocar sensação de refrescância à bebida. “Tentamos com hortelã, mas ela só potencializou o gosto do gim, que já é bem forte, enquanto o pepino equilibra todos os sabores”, relembra ele.

Hoje, a gim-tônica, com pepino é uma das mais pedidas no cardápio do bar. Quem aprova é a produtora de eventos Priscilla Pinheiro. “O pepino não tem gosto de ‘nada’, então, não tem graça de comer, mas, na gim-tônica, tira um pouco o amargor. Acaba tornando a bebida ainda mais refrescante do que já é, e vira um drinque dos deuses”, brinca ela.

Refrescância

O pepino tem cerca de 95% de água em sua composição, o que faz dele um ingrediente refrescante e pouco calórico – portanto, inevitavelmente um aliado para as dietas alimentares mais restritivas. Também é bastante explorado nas culinárias Mediterrânea e oriental. 

Mas é justamente o seu efeito aromático e suave que incentiva chefs a inseri-lo em pratos. “O que mais se busca no pepino é esse toque herbáceo ao paladar. Quanto mais água um alimento possui, mais crocância e refrescância tem”, pondera o chef Uamiri Menezes, do Green Up localizado dentro do Mercado da Boca. 

O pepino japonês, de casca fina e sabor mais suave, é fatiado para dar mais umidade ao sanduíche de tilápia empanada, folhas de alface romana e molho tártaro feito a partir de maionese caseira e picles de pepino. “O minipepino fica imerso na conserva durante uma semana, feito de forma totalmente artesanal. O sabor fica mais delicado”, comenta o chef.

Ele ainda explica que as fatias de pepino recebem pitadas de sal para que sejam desidratadas propositalmente e ficarem mais crocantes no sanduíche. Além disso, o mesmo ingrediente e usado em outras receitas da casa. “Do suco detox aos drinques, sem contar as saladas com pepino grelhado e águas saborizadas e refrescantes”, finaliza. 

Já Izabel Bauer, chef do bar do Museu Clube da Esquina, prefere usar o ingrediente em preparações frias. “Quando feito da forma correta, o pepino fica muito saboroso. Normalmente é servido cru e ele ‘puxa’ o sabor de outros ingredientes que estão servidos com ele”, comenta ela, que incluiu o alimento na receita de vinagrete, ideal para acompanhar peixes e frangos.
“O sabor do pimentão verde, que geralmente vai na receita do vinagrete, rouba todos os outros paladares da receita. Já o pepino deixa o prato mais leve”, assegura ela. 

Receita

Vinagrete de pepino

Receita da chef Izabel Bauer, do bar do Museu Clube da Esquina

Ingredientes

- 1 unidade de pepino tamanho médio, sem sementes

- 1/2 pimentão vermelho

- 1/2 pimentão amarelo

- 1 tomate pequeno sem sementes

- 5 folhas de manjericão 

- 200 ml de azeite extra virgem

- Suco de 1 limão 

- 50 ml de água 

- 5 gramas de orégano

- Sal e pimenta do reino a gosto

Modo de preparo

Pique tudo em cubinhos e misture. Adicione os ingredientes líquidos. Ajuste o tempero e sirva como acompanhamento de peixes e frango.