“tropix”

Um Céu de inspiração 

Em turnê com o seu novo álbum, cantora fala sobre seu visual e sua relação com a moda

Por Lorena K. Martins
Publicado em 21 de maio de 2016 | 03:00
 
 
Para a turnê do seu novo álbum, “Tropix”, a cantora Céu surge com um visual meio disco, meio anos 80 e os cabelos ainda mais encaracolados Foto: SISTEMA

Na capa do seu mais recente álbum, “Tropix” (2016), a cantora paulistana Céu aparece com os cabelos ainda mais encaracolados, volumosos e com uma estética bem disco anos 80, um casamento perfeito com a sonoridade de seu novo trabalho, repleto de beats dançantes. O figurino da turnê também está andando em sintonia com a nova fase da cantora. No videoclipe de “Perfume do Invisível”, lançado há dois meses, Céu usou legging de lamê de cintura alta e blusa de paetês que brilham enquanto ela dança em uma discoteca. Todo esse apelo visual só vem reforçar a forma que a cantora encontrou, mais uma vez, de estreitar, ainda mais a ligação entre a moda e a música.

Céu mudou e muito de visual ao longo dos dez anos de carreira, quando começou com ares mais hippies. Hoje, trabalha em parceria com a stylist Isadora Gallas, amiga que ela conheceu durante a turnê do disco “Vagarosa” (2009). A sonoridade brasileira da cantora foi também a inspiração para guiar a coleção assinada em parceria com a marca carioca Farm, lançada neste mês.

Batizada de Velvet Caju, a linha criada por Céu é composta por 60 peças que mesclam a vibe oitentista a referências artísticas bem brasileiras, como Jacob do Bandolim, Mestre Vieira, Luiz Melodia e Chiquinha Gonzaga. “No final nas contas, estou usando muitas das peças que desenvolvi na Farm para essa turnê. O disco estava sendo feito na mesma hora, foi uma feliz coincidência”, disse.

Mas esta não foi a primeira vez que a cantora assumiu uma empreitada fashion. Em 2014, fez uma coleção cápsula com as marcas Janiero Body of Colours e Okan Benin, responsáveis, inclusive, pelo seu figurino da época de “Caravana Sereia Bloom”, lançado em 2012.

Enquanto se reinventa no palco a cada show, Céu continua ligada no que acontece no circuito e não abandona peças fluidas e um bom e velho jeans. “Sou básica, mas detalhista. O que uso é porque adoro mesmo. Gosto de peças atemporais”, explicou.

No clima do show que acontece na próxima quinta-feira (26) na capital mineira (leia mais na página 14), a cantora contou ao sobre os seus figurinos nos shows e as inspirações para criar a sua parceria com a Farm. Pampulha

Como foi o processo de criação das peças para a “Velvet Caju” e qual o tipo de mulher que você quer vestir? Você, inclusive, desenhou os silks que estampam as peças da coleção. De onde veio a inspiração?

Foi super interessante pensar em tudo isso... A Farm é uma marca destinada principalmente para meninas cariocas de 14 a 25 anos. Eu tenho 36 e sou de São Paulo. Eles abriram bastante o universo deles e me deixaram fazer uma coleção que tivesse a ver com meu mundo. Desenhei mesmo, peças que queria ter e usar, pra fora e dentro do palco. Eles me ajudaram no direcionamento e me trouxeram todo o ‘know how’ que já têm. Adorei, foi bem divertido.


Você está trabalhando com a Isadora Gallas, sua stylist, há quanto tempo? Como é esse processo de escolha das peças e a sua parceria com a Isadora?

A gente se conheceu no meio da tour do “Vagarosa” e nos tornamos amigas. É bacana pois, quando inicio um novo trabalho, vem junto com ele uma cartela de cores, vários questionamentos: Tem ruído gráfico? É curto? É longo? É brilhoso? Ela consegue entender muito bem tudo isso, essa forma mais subjetiva de eu lidar com moda, diferente dela que estudou. É uma parceria bem bacana.

Você costuma acompanhar a moda, assistir a desfiles... Quais são seus estilistas prediletos?

 

Sempre me pego olhando desfiles e fotos na internet. Gosto muito do belga Dries Van Noten, das cores, dos experimentalismos... Adoro a Sonia Rykiel e, pra sonhar muito longe, Lanvin.
 
No seu armário, consegue eleger a sua peça preferida?
 
Adoro um vestido longo da Carol Glinden Gannon de seda preto, que usei num show em homenagem ao Tom Jobim.
 
Neste trabalho você foca bastante na questão do empoderamento feminino, musicalmente falando. Como você acredita que a moda pode contribuir pra isso?
 
Sou sempre a favor desse empoderamento, sem perder a ternura. Acho que a mulher contribui em muitos aspectos sempre, inclusive na moda.
 
O seu cabelo, cacheado, tem influenciado muitas meninas a assumirem os seus cabelos naturalmente. O que você acha desse movimento e como é a sua rotina de cuidados dos seus fios?
 
Sou tão a favor de cachos, volume, menos química, até do meu frizz eu aprendi a gostar! Somos tropicais! Tenho experimentado lavar os cabelos com bicarbonato de sódio, é incrível, limpa muito e tira todos os resíduos.
 
E o que não pode faltar na sua nécessaire?
 
Hidratantes... Amo muito. Não uso perfume, mas adoro um cheiro de hidratante.