Café com Política

Agostinho Patrus diz que gestores escolheram 'quem vive e quem não vive'

Presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi o entrevistado desta quarta no Café com Política, na Rádio Super 91,7

Qua, 24/03/21 - 08h58
Presidente da Assembleia, Agostinho Patrus (PV) | Foto: Reprodução

O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Agostinho Patrus (PV), manteve o tom bastante crítico e duro ao falar sobre o escândalo dos fura-filas em Minas Gerais. Em entrevista ao Café com Política, da rádio Super 91,7, nesta quarta-feira (24), ele disse classificou o caso como um "escândalo nacional" e disse que a situação o deixou revoltado, justificando o tom adotado em pronunciamento feito na Assembleia após a sabatina do ex-secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, no dia 10 de março.

"Se nós temos menos vacinas do que desejávamos e acontece um caso de fura-filas como aconteceu: pessoas em trabalho remoto sendo vacinadas, pessoas sendo vacinadas na rede de frio do governo do Estado, sem ir ao posto de saúde, ou seja, sendo vacinadas de maneira escondida. Isso nos revolta a todos. E foi uma fala muito mais de indignação e revolta porque me parece que os gestores da saúde naquele momento perderam a noção da sua função, exacerbaram aquilo que se espera de um gestor público, afinal eles se entenderam, como eu disse na minha frase, meio que divinos, meio que Deus, para escolher quem vive e quem não vive, quem vai poder encontrar com a sua avó e dar um abraço, quem vai ficar doente e quem não vai ficar doente, quem vai correr risco e quem não vai, quem vai poder voltar tranquilamente ao seu trabalho".

Ainda durante a entrevista, o presidente do Legislativo disse que o ex-secretário de saúde mentiu ao prestar esclarecimentos à Casa. “Ele disse que foi vacinado para servir de exemplo, só esqueceu de divulgar. Então, tem que ser processado e investigado pela Assembleia porque ninguém pode ir no Legislativo e fazer uma afirmação mentirosa”, disse.

Carlos Eduardo Amaral será convocado para prestar depoimento na condição de investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no Legislativo para apurar a suspeita de que grupos não prioritários de servidores públicos do governo de Minas tenham passado na frente na ordem de imunização contra a Covid-19.

Agostinho disse que espera que o ex-secretário peça desculpas ao povo mineiro em seu depoimento à CPI. "Eu espero a humildade de quem errou e deveria estar pedindo desculpas, e não dizendo e reafirmando a todo momento que estava certo, correto e que não errou em nada. O que Minas deseja dele é um pedido de desculpa", disse. 

 

Em atualização

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