RIO DE JANEIRO. A força-tarefa da Lava Jato do Rio já recuperou cerca de R$ 400 milhões do esquema de corrupção liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Os procuradores do grupo acreditam que ainda há “muito mais dinheiro escondido e ocultado”, e outros valores devem ser recuperados.
Nessa terça-feira (21), foram devolvidos ao Estado R$ 250 milhões, e outros R$ 150 milhões estão retidos em uma conta judicial. De acordo com os procuradores, ainda não há destinação certa para esse segundo montante, que será liberado “em momento oportuno”.
Além do governo fluminense, a União também vai ser ressarcida em parte desse valor, já que também foi lesada pelo esquema de Cabral. “O que houve hoje (21) foi totalmente atípico, foi a primeira vez que se teve a devolução tão rápida de dinheiro desviado dos cofres públicos”, afirmou o procurador José Augusto Vagos em entrevista coletiva após cerimônia de entrega dos valores, com a participação de autoridades como o procurador geral da República, Rodrigo Janot.
O pagamento ocorreu antes mesmo do fim do processo. Um dos motivos para a antecipação foi o “estado de penúria” do governo fluminense. O dinheiro foi todo destinado para o acerto do 13º salário de 147 mil aposentados e pensionistas que ganham até R$ 3.200.
O valor repatriado veio de acordos de delação com colabores, que receberam benefícios de prisão no regime semiaberto, além de acordos de leniência feitos com empresas envolvidas no esquema. Também inclui o montante desviado por Cabral (US$ 80 milhões), pelo operador Carlos Miranda (US$ 7 milhões) e por Wilson Carlos (US$ 15 milhões). O dinheiro estava depositado em contas no exterior.
Pezão. Presente na segunda lista de Janot, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), não compareceu à cerimônia de repatriação de recursos recuperados pela Lava Jato.
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