Oportunidade

Análise aprofundada de dados é chance de qualificar debate

Para especialistas, pesquisas embasadas são positivas porque melhoram nível da campanha

Por Bernardo Miranda
Publicado em 28 de janeiro de 2018 | 03:00
 
 

As pesquisas com o raio-x do que pensam os mineiros sobre temas de relevância serão uma ferramenta importante para elevar o debate político e poderão influenciar o discurso dos candidatos, segundo análise de marqueteiros políticos. Eles avaliam ainda que os resultados do projeto “Minas no Brasil de 2018” serão uma sinalização da opinião dos brasileiros, já que Minas é um Estado com diversas realidades, capaz de trazer uma amostra de todo o país. O eleitorado mineiro tem sido o fiel da balança na disputa presidencial. Nos últimos pleitos, quem venceu aqui também foi o mais votado de forma geral.

“A pesquisa é uma ferramenta fundamental para o político. É tão importante quanto o exame para o médico. Geralmente, esses levantamentos mostram apenas quem ou o que está na frente. Agora, esse projeto traz uma análise mais profunda, que ajuda a saber não só qual foi o resultado, mas dá uma tendência de pensamento e do porquê dessa escolha”, afirma o especialista em marketing eleitoral, Paulo Vasconcelos.

Ele destacou que há muito tempo não vê uma iniciativa tão robusta de trazer a opinião popular para o centro do debate. “A opinião do povo é soberana, e saber o que ele está pensando ajuda a eliminar mitos e sensações baseados em intuição e não em um trabalho metodológico. Certamente essas pesquisas vão ajudar muito os candidatos nessa eleição”, conclui Vasconcelos.

Para o marqueteiro eleitoral Cacá Moreno, as pesquisas devem fugir de uma simplificação da opinião de temas genéricos, e os resultados podem ser utilizados para gerar uma maior consciência política. “Pesquisas que meçam só as principais demandas de um povo podem até ajudar candidatos inescrupulosos a distorcer e mentir. Fazer demagogia. Falar por exemplo que vai cuidar da saúde e que vai dar ambulância, quando o verdadeiro papel dele, dependendo do cargo, pode ser apenas de fazer leis. Agora, se a pesquisa tiver um foco de conscientização política, de buscar elementos e argumentos para que o veículo de imprensa ajude a esclarecer o que o eleitor está fazendo quando entra naquela cabine pra votar num presidente, num governador, num deputado federal e num deputado estadual, aí sim, acho que pode ser muito produtivo”, diz.

Outra avaliação é que os resultados da pesquisa serão ainda mais relevantes por se tratar de Minas Gerais. “O Estado sempre foi utilizado para teste de produtos por causa dessa multiplicidade de culturas que existe aqui, que dá uma noção média do consumidor brasileiro. Temos um pouco do Nordeste, no Norte de Minas, no Sul há uma forte influência paulista e assim ocorre com outras regiões do Estado”, afirma Paulo Vasconcelos.

A mesma opinião tem a CEO do grupo Mercadológica, Adriana Seixas, responsável por fazer a pesquisa. “Mostraremos um pouco do que pensa o eleitor brasileiro. Minas tem uma amostragem de cada pedaço do Brasil”, diz.

“A iniciativa do jornal O TEMPO é positiva, pois permitirá aos mineiros se expressarem sobre o que esperam do futuro. Importar-se em ouvir os cidadãos é dar voz às suas expectativas e fomentar a construção de um Brasil mais justo, moderno e próspero”

Lázaro Luís Gonzaga

presidente do Sistema Fecomércio MG, Sesc e Senac

FOTO: INTERVENÇÃO SOBRE FOTO DE DENILTON DIAS –18.8.2016