Andréia de Jesus retoma mandato após licença de 30 dias

Após licença de 30 dias, a deputada Andréia de Jesus (PT) retomará o mandato de deputada estadual neste sábado (30/3). O retorno à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi confirmado ao Aparte por Andréia. Apesar de a licença ter sido oficialmente atribuída a tratamento de saúde, a deputada se afastou sob acusações de supostos episódios de assédio moral contra assessores parlamentares do próprio gabinete.

Em vigor desde 29 de fevereiro, a licença foi formalizada cinco dias após o relato de uma ex-assessora parlamentar da presidente da Comissão de Direitos Humanos em um aplicativo de mensagens se tornar público. Nele, a assessora, que ficou lotada por pouco mais de seis meses no gabinete de Andréia, indicou que teria sofrido “violências verbais em ligações, mensagens de áudios, reuniões e recados”. Ela ainda alega ter sido exonerada sem ter sido comunicada pela deputada.

Até às vésperas do fim do afastamento, nesta sexta (29/3), o retorno de Andréia era incerto. De acordo com interlocutores da ALMG, lideranças teriam orientado a deputada a pedir ao presidente Tadeu Martins Leite (MDB), o Tadeuzinho, que prorrogasse o afastamento. Com o retorno em 30 dias, haveria o temor de que novas acusações venham à tona. Porém, conforme avaliaram, a decisão, em última instância, caberia à parlamentar.

Andréia, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos, já teria contrariado uma orientação de correligionários durante a licença. Quando se afastou, a deputada foi recomendada a manter a discrição durante o período. Entretanto, ela, por exemplo, manteve a assiduidade nas redes sociais e foi a eventos públicos, como a posse da vereadora Professora Nara (Rede) e do vereador Preto (União) na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) na última segunda (25/3).

Em nota, a deputada afirmou que, após “nova avaliação médica e sem a necessidade de estender a licença”, retorna às atividades já na próxima semana, quando retoma sua “agenda de compromissos e trabalhos na Casa”. “Sobre o assunto, o próprio jornal O TEMPO publicou a fala do presidente da ALMG, Tadeu Martins Leite: ‘A única informação que tenho conhecimento é o relatório médico apresentado por Andréia de Jesus para pedir a licença por 30 dias’”, concluiu.

Quando foi questionado, Tadeuzinho respondeu que, além do relatório médico de Andréia, nenhuma denúncia foi formalizada contra a deputada na ALMG. “Sobre essas informações (licença), a única coisa a que tenho acesso e de que tenho informação é do relatório médico que ela me encaminhou, enquanto presidente da Casa, pedindo a licença por questões médicas. De pronto, obviamente, nós aceitamos. Nada além disso foi formalizado na Casa”, disse, no último dia 8.

Como a licença foide 30 dias, não foi necessário à ALMG convocar um suplente para assumir a cadeira de Andréia. O suplente, que, neste caso, seria o ex-deputado estadual Hely Tarqüínio (PV), seria convocado apenas caso o afastamento fosse de 120 dias ou mais.