Ex-prefeitos de Caeté são processados por contratações sem concurso público

Sun Sep 24 03:00:00 GMT-03:00 2017

Ex-prefeitos de Caeté são processados por contratações sem concurso público

Tramita no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) um processo por improbidade administrativa, movido pelo Ministério Público do Estado, contra dois ex-prefeitos de Caeté, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. O órgão ajuizou ação cível pública contra Ademir da Costa Carvalho (PSDB) e José Geraldo de Oliveira Silva (PDT) por suspeita de que eles tenham contratado servidores sem concurso público e de que eles tenham abusado da contratação temporária, que é destinada a atender situações excepcionais.

Conforme a ação, essas práticas resultaram em prejuízo para candidatos aprovados em seleção pública que aguardavam nomeação. A denúncia indica que a prática foi adotada de forma contínua e reiterada durante os mandatos dos ex-gestores. Ademir chefiou a cidade entre 2005 e 2012, enquanto José Geraldo foi prefeito entre 2013 e 2016. Os dois, inclusive, tentaram chegar ao comando do Executivo nas eleições do ano passado, mas foram derrotados por Lucas Coelho (PTB).

Nos autos do processo há indícios de que funcionários temporários foram recontratados por diversas vezes, em algumas delas com alteração apenas das nomenclaturas das funções. Um deles permaneceu por mais de dez anos no Executivo sem ser aprovado em concurso público. Entre 2013 e 2016, foram realizados 137 processos seletivos simplificados de contratação. No ano passado, após análise, foi até mesmo constatado que para um total de 832 servidores concursados, a cidade mantinha 199 deles em caráter temporário. Várias dessas vagas não possuíam caráter emergencial.

Além de denúncias de cidadãos, o órgão baseou a denúncia em procedimento instaurado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), no qual o município, em 2004, firmou Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) se comprometendo a cumprir cláusulas legais, como a de não contratar servidores sem prévia aprovação em concurso. O termo não teria sido cumprido.

“Apesar do longo lapso temporal transcorrido desde a celebração do TAC com o MPT, não obstante a realização de diversas audiências administrativas e ainda malgrado a requisição e a análise de inúmeros documentos por diversas vezes, o município de Caeté não promoveu a regularização de seu quadro de pessoal pela contratação de trabalhadores concursados suficientes para sua demanda, nem tampouco procedeu à regularização da contratação temporária”, diz trecho dos autos.

É dito ainda pela promotoria que os dois tinham conhecimento das irregularidades nas contratações. Por isso, segundo a denúncia, os ex-gestores devem ser condenados por improbidade administrativa. Também é sugerido na ação que eles tenham que ressarcir ao erário público, tenham os direitos políticos suspensos por até cinco anos e paguem multa de até cem vezes o valor da remuneração recebida como chefe do Executivo. O Aparte não conseguiu encontrar os dois ex-prefeitos. (Fransciny Alves)

Lidiane é condenada

A ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite da Silva, 27, conhecida como “prefeita ostentação”, foi condenada pela Justiça do Maranhão a devolver R$ 998 mil em verbas públicas. Ela ganhou notoriedade quando fugiu da cidade para não ser presa pela Polícia Federal, sob suspeita de desvio de recursos de escolas municipais, em 2015. Na época, costumava publicar fotos em redes sociais esbanjando luxo, em festas com taças de champanhe, com amigos em um jet-ski e dirigindo carros de luxo. Em uma postagem, disse a uma seguidora: “Antes de ser prefeita eu era pobre, tinha uma Land Rover. Agora estou numa SW4 (automóvel cujo modelo mais simples tem preço de tabela a partir de R$ 130 mil). Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o dinheiro está sobrando”.

Baratas no Planalto I

Não é somente a nova denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer que tem causado apreensão no Palácio Planalto. Baratas passaram a circular na entrada da sede administrativa. Na semana passada, elas foram vistas saindo de suportes de energia elétrica próximo à galeria de retratos dos presidentes brasileiros, no andar térreo. Depois, meia dúzia delas disparou da estrutura no chão quando uma servidora da limpeza espirrou inseticida. Na última quarta, elas tiveram menos sorte: quatro jaziam de barriga para cima no suporte. A explicação dada pela Secretaria de Administração do Planalto foi de que foi realizado um reforço na dedetização no andar térreo. 

Frase do dia

“(A delação) pode ter defeito? Pode ter problema? Pode. E daí? A gente corrige. Se o sujeito mentir, esconder, isso vai ser descoberto. Mas anular, não vale nada, tudo volta à estaca zero? Não. Quem vai pagar o preço de ser espertinho é ele (colaborador que omitiu fatos).”
Marcelo Bretas
Juiz federal do Rio de Janeiro

Baratas no Planalto II

Ainda segundo a secretaria, o reforço no andar já estava programado anteriormente. As dedetizações no Planalto são realizadas trimestralmente de forma geral, com reforços “quando necessário”. Mas essa não é a primeira vez que a sede do Executivo é invadida por pragas urbanas. Em 2005, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ratos, baratas e formigas entraram no Planalto após dedetização na área externa. Em 2011, no governo Dilma Rousseff, foi a vez do Ministério das Cidades enfrentar problemas com baratas. Em um despacho interno, um assessor especial do então ministro Mário Negromonte solicitou uma dedetização urgente. Segundo ele, os insetos passeavam de maneira “tranquila” e “impune” por objetos e pessoas.