2022

Léo Burguês ganha força no PSL e deve comandar sigla em Belo Horizonte

Vereador foi a Brasília entregar medalha a Luciano Bivar e saiu de lá com a promessa do posto e a chance de disputar a Câmara dos Deputados ano que vem

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 01 de março de 2021 | 06:00
 
 
Luciano Bivar, Léo Burguês, Antônio Rueda e Marcelo Freitas Foto: Reprodução/redes sociais

O vereador de Belo Horizonte e líder do prefeito Alexandre Kalil (PSD) na Câmara Municipal, Léo Burguês (PSL), foi até Brasília na semana passada para uma reunião com o deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do PSL e integrante da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Bivarista, como se denomina diante das constantes tensões internas no partido, Léo Burguês presenteou o comandante nacional com o Grande Colar do Mérito Legislativo, concedido anualmente pela Câmara de Belo Horizonte, que estava guardado desde 2015, quando Bivar não pôde vir à capital mineira para receber a homenagem. 

De acordo com portaria publicada pela Câmara Municipal no último dia 30, as reuniões solenes na Casa para homenagens estão suspensas até o fim do mês de junho. A assessoria de imprensa da Câmara informou que a entrega como a realizada por Burguês, fora das dependências do Legislativo, não representa conflito com a deliberação do último mês. A última contratação, feita pela Câmara Municipal, de medalhas do Grande Colar do Mérito ocorreu em 2018, com custo aproximado de R$ 16 mil para cem unidades, que foram entregues entre aquele ano e 2019. 

As medalhas “antigas”, entretanto, são normais nos arquivos da Casa, já que por vezes o homenageado não comparece à cerimônia e não busca depois. Em contato com o Aparte, o vereador afirmou que não foi à capital federal apenas para entregar a homenagem, mas aproveitou a agenda partidária para a entrega. 

Participaram do encontro também o vice-presidente do PSL nacional, Antonio Rueda, e o presidente do partido em Minas, deputado federal Marcelo Freitas. Na reunião, os comandantes da sigla fizeram dois convites a Burguês: o comando do diretório municipal do partido e uma das vagas para a disputa pela Câmara Federal no próximo ano. 

O partido se divide, há mais de um ano, entre bolsonaristas e bivaristas. Burguês disse ao Aparte que chegou à legenda há sete anos pelas mãos de Bivar e Rueda e que, apesar de “não ter nada contra os outros e ter votado e trabalhado para a eleição de Bolsonaro”, sempre foi bivarista, mas ressaltou que essa divisão partidária ocorre em Brasília. 

Sobre os convites para comandar o PSL em BH no lugar de Jandir Vieira, nome ligado ao ex-ministro Marcelo Álvaro Antônio, da ala bolsonarista, e para ser candidato a deputado federal, o líder de Alexandre Kalil afirmou que o diretório nacional quer uma bancada forte em Minas Gerais e, como ele está há alguns anos no partido, foi convidado para ajudar na construção da legenda na próxima disputa. 

Na última eleição para a Câmara, Burguês disputou voto a voto com Janaína Cardoso, ex-mulher de Marcelo Álvaro Antônio. Janaína chegou a comemorar vitória sobre Burguês, enquanto assessores do eleito zombaram da candidata após o resultado final. Questionado sobre uma possível disputa com o ex-ministro e familiares, Burguês rechaçou a afirmação e disse que, um dia depois do pleito, recebeu ligação de Janaína e que frequentemente se encontra com ela e com o ex-ministro, reafirmando a amizade entre eles.