Ministério Público apura se diretor deixou de cobrar taxas em cemitérios de Belo Horizonte

Mon Jan 22 02:00:00 GMT-03:00 2018

Ministério Público apura se diretor deixou de cobrar taxas em cemitérios de Belo Horizonte

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu, no último dia 16, um inquérito civil para investigar supostas irregularidades que estariam sendo praticadas pelo coordenador de Necrópoles da Fundação de Parques Municipais (FPM) de Belo Horizonte, Saulo Luiz Amaral.

Segundo o texto do inquérito, aberto depois de quase um mês do recebimento de uma denúncia anônima, Amaral estaria “deixando de cobrar taxas públicas municipais obrigatórias, referentes a sepultamentos, velórios, exumação e taxas de prestadores de serviços à FPM, para benefício próprio ou de terceiros”.

As taxas referentes aos sepultamentos e exumação variam de preços dependendo do cemitério e o tipo de túmulo adquirido. O preço pode variar de R$ 182,65, no caso de apenas uma exumação, para até R$ 15 mil, com a compra de perpetuidade no Cemitério do Bonfim, o mais tradicional e antigo de Belo Horizonte. Os recursos levantados por este procedimento são destinados aos cofres do município.

Em contato com o Aparte, Saulo Luiz Amaral negou qualquer tipo de irregularidade na pasta e disse acreditar que a denúncia anônima tenha sido feita por conta de uma vingança. “Nada disso procede, estamos fazendo uma boa administração por lá. Na verdade, está sendo feita uma limpeza ética e, com certeza, quem denunciou está insatisfeito com isso”, disse.

Ainda segundo o coordenador, sua atuação deu fim a uma série de práticas irregulares, o que resultou em até ameaças de morte. “Entrei na diretoria de Necrópoles e pude ver a realidade. Você não acredita no que acontece nos cemitérios: é venda de túmulo duplicado, funcionários com ligação com funerárias, criação de sepulturas em locais irregulares, uma verdadeira máfia. Por conta da minha atuação contra esses malfeitos, até fui ameaçado de morte”, garantiu, completando, “mas foi ameaça anônima, deixei pra lá”.

Amaral foi nomeado como coordenador na pasta em outubro de 2017. “Estou há 32 anos atuando na Prefeitura de Belo Horizonte, já ocupei cargos importantes, como ouvidor geral, em que fiquei por seis anos. Inclusive, já fui denunciado uma outra vez, também de forma anônima, mas o inquérito foi arquivado”, explicou.

Não é a primeira vez que ele se envolve em uma polêmica. Durante a eleição municipal de 2016, uma mensagem de Amaral em um grupo de campanha do deputado João Leite (PSDB) orientou a militância virtual do PSDB a atacar a credibilidade de institutos de pesquisa e veículos de imprensa que haviam publicado pesquisa que indicava uma vantagem nas intenções de voto a Alexandre Kalil (PHS). Imagens de conversas de um grupo de WhatsApp de voluntários da campanha da legenda mostraram que o então ouvidor municipal dizia repassar uma ordem do então presidente da legenda em BH, Reinaldo Alves Costa. “Pessoal, precisamos de todo mundo criticando a pesquisa, lembrando que duas vezes foi impugnada etc. e que João é melhor que Kalil”, orientou, à época, Amaral. (Lucas Ragazzi)

R$ 1,1 mi

É quanto o Tribunal de Contas da União (TCU) destinou para a prestação de serviço de berçário para o programa de “Assistência à Mãe Nutriz Pro Mater”, nas dependências do edifício sede da Corte de Contas. O valor compreende atividades relacionadas às áreas de cuidados com crianças em faixa etária de três a 15 meses. 

Kassab com Doria

Fiel aliado de longa data do senador José Serra (PSDB), o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (PSD), trabalha para ser vice em uma provável candidatura de João Doria ao governo de São Paulo, em outubro. As articulações se dão após Serra anunciar que não disputará as eleições neste ano. Aliados do chefe do Executivo paulistano, que lideram um movimento de “apelo” à candidatura Doria para alavancá-lo na disputa interna, já trabalham na composição de uma chapa forte em torno do prefeito para concorrer à sucessão do governador Geraldo Alckmin contra o atual vice, Márcio França (PSB), que deve assumir o governo em abril, com a saída de Alckmin para disputar a Presidência da República. Aliados do prefeito querem tentar conter a onda favorável a França, que já conseguiu o apoio de PR, Solidariedade e PROS. Para Kassab, a posição de vice em um eventual governo de Doria, um político que tem ambições ainda maiores, pode ser um “pulo do gato”.

Saída planejada

Antes mesmo do falecimento do ex-presidente da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), Flávio Henrique, ocorrido na última quinta-feira, interlocutores próximos ao governo de Minas já trabalhavam para substituir o comando na estatal. Na última terça-feira, a assessora especial de Flávio Henrique, Simone Gallo, tida internamente como o “braço direito” do então chefe da empresa, quase foi exonerada assim que o afastamento do diretor-executivo do comando da estatal foi confirmado. A saída de Simone da EMC só não aconteceu por conta da indefinição de substituto para o posto. O novo chefe da empresa ainda não foi escolhido. O falecimento de Flávio Henrique causou comoção no meio artístico. Ele estava internado no hospital Mater Dei desde o dia 11 de janeiro.

Facebook contra fake news

O Facebook anunciou na última sexta-feira que os mais de 2 bilhões de usuários da rede social vão votar nos veículos de comunicação que eles confiam. O ranking de confiança surgiu de pesquisas que a empresa está conduzindo com usuários em seu esforço para combater a onda de fake news. Em postagem em seu perfil na rede social, o presidente executivo Mark Zuckerberg disse que a empresa não está confortável em decidir quais fontes de notícias são confiáveis, em um mundo tão dividido. O executivo também aproveitou a mensagem para admitir o papel que as redes sociais têm ao amplificar as notícias falsas. “As redes sociais permitem que as pessoas compartilhem informações mais rápido do que nunca e, se não resolvermos esses problemas (fake news), vamos terminar por amplificá-los”, escreveu.

Frase do dia

“Só faltava essa! Fernando Collor anuncia sua candidatura à Presidência. Cassado por corrupção e até hoje alvo de denúncias, inclusive na Lava Jato, é mais um liberal corrupto no bizarro quadro que virou a política brasileira.”
Ivan Valente (PSOL-SP), deputado federal