Remédio 'Detox-Política' começa a ser distribuído em eventos de pré-candidatos

Sat Mar 24 03:00:18 GMT-03:00 2018

Remédio 'Detox-Política' começa a ser distribuído em eventos de pré-candidatos

A criatividade do brasileiro é indiscutível. Prova disso é o “remédio” que, em ano eleitoral, está sendo oferecido a eleitores em Belo Horizonte, como sendo uma fórmula capaz de “desintoxicar a forma de se fazer política no Brasil”, explica o inventor, Nelmon Costa, 62, um médico veterinário que dissemina “a arte de fazer política sem mandato”. Com seus próprios recursos, Costa confeccionou caixas semelhantes às de medicamentos e grafou o nome “Detox-Política – a terapia do voto”. Dentro, uma espécie de bula contendo orientações para o voto em forma de parábola, ou seja, uma narrativa que transmite uma mensagem indireta por meio de comparação ou analogia.

“Busquei uma forma didática de abordar o assunto, que facilitasse ao eleitor entender bem o tema e, principalmente, se dar conta da relevância de sua responsabilidade na hora do voto”, disse Nelmon Costa, que é gaúcho, mas mora na capital mineira há quatro anos. Ele também desenvolveu um vídeo e uma cartilha para o “voto terapêutico”. “A essência das campanhas é despertar o eleitor para a necessidade de desintoxicar a forma de fazer política no Brasil. E isso está nas mãos dos eleitores, basta ele seguir a cartilha”, disse.

“Você é o médico que poderá salvar a saúde da política brasileira se exercer a plenitude de sua cidadania! A política no Brasil é um paciente que se encontra em estado grave na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Os medicamentos que podem ser utilizados no tratamento do paciente são os políticos eleitos democraticamente. Os laboratórios que produzem esses medicamentos são os partidos políticos. A prescrição é o voto consciente de cada eleitor, e os efeitos colaterais dos medicamentos são os desvios de conduta ética dos maus políticos”, dizem trechos da cartilha.

Aparte recebeu o criativo “detox” das mãos de Costa durante a filiação do deputado federal e pré-candidato ao governo Rodrigo Pacheco ao DEM, no último dia 19. Sãos nessas reuniões políticas de partidos que o veterinário aposentado e consultor pretende distribuir as cartilhas, não só em Belo Horizonte, mas também em Brasília. Segundo Nelmon Costa, foram produzidas inicialmente 300 caixas. Outras centenas serão feitas para serem distribuídas até o final das campanhas.

Criador da ONG Partido do Eleitor Cidadão, que existe desde 2010 – com o propósito de fazer campanhas que estimulem o eleitor a exercer sua cidadania por ocasião das eleições –, Costa diz não ter ligação com nenhuma legenda. “Gosto muito de política, mas tenho um profundo sentimento de frustração pela forma com que se faz política no Brasil. Essa indignação, aliás, acredito que seja de grande parte da sociedade atualmente”, afirmou. (Angélica Diniz)

R$ 1,63 bi

É o valor total do auxílio-moradia pago pela União a membros do Poder Judiciário por ano. O montante equivale à remuneração anual de 28.790 professores universitários federais; de 35.141 policiais militares em início de carreira; e de 145.295 soldados do Exército.

Chefs de Paes pagos pelo Senac

Dois chefs que trabalharam por quase oito anos a serviço do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes tiveram os salários pagos pelo Senac, presidido à época por Orlando Diniz, preso no mês passado na operação Jabuti, desdobramento da Lava Jato na cidade. Contratados pela entidade em fevereiro de 2009, os chefs João Ferretti e Camila Pontes comandaram diariamente a cozinha do Palácio da Cidade, local do gabinete do prefeito do Rio, até o fim da gestão Paes (2009-2016). Eles também trabalhavam no Centro Administrativo da prefeitura e na Gávea Pequena, residência oficial do prefeito, em ocasiões especiais. O ex-presidente do Senac foi preso sob suspeita de lavagem de dinheiro por meio do esquema atribuído a Cabral. Paes afirmou que a contratação dos chefs foi oferecida por Diniz. Ele classificou o caso como um apoio institucional. O advogado de Diniz, André Nascimento, disse que a contratação de chefs para palácios de governo tinha como objetivo aumentar a visibilidade da entidade e criar mais um espaço de intercâmbio.

PP programático

O presidente do PP em Minas Gerais, deputado federal Renzo Braz, enviou nota ao Aparte para dizer que a sigla não está negociando vagas na chapa de Antonio Anastasia (PSDB) ao governo de Minas. Como a coluna mostrou ontem, parte dos integrantes do PP estariam interessados em caminhar com o tucano, indicando um nome para ser vice de Anastasia. “O PP só faz alianças programáticas e alinhadas com sua ideologia. A sigla está unida e dedicada a dialogar com as várias frentes partidárias, a fim de identificar a melhor opção para o bem-estar dos mineiros. Em momento algum o PP negociou vagas ou cargos, muito menos indicou vaga para vice ou Senado”, diz Braz em nota. O deputado completa que a fase atual é “de análise e de estudo das melhores opções para um futuro progressista para Minas Gerais”. 

“(O eleitor) poderá escolher em quem votar de forma bem melhor. A partir dos financiadores, é possível saber o que esse candidato realmente pretende caso seja eleito. Portanto, é uma decisão altamente relevante para o futuro do Brasil.”

Marcus Vinícius Furtado Coelho

Ex-presidente OAB sobre a decisão do STF de proibir doações ocultas

MPF investiga curso sobre “golpe”

O Núcleo de Combate à Corrupção, do Ministério Público Federal, em Goiás, abriu uma investigação para apurar a oferta pela Universidade Federal de Goiás (UFG) da disciplina “Golpe de 2016”. A Procuradoria da República aponta que “o curso não seria revestido de caráter acadêmico ou de difusão do conhecimento, mas sim de propaganda político-partidária realizada com a utilização de bens públicos e custeada pelo erário, em prol do PT”. A representação da Procuradoria sustentou, ao abrir o procedimento preparatório da apuração, que a universidade estaria franqueando ao seu corpo discente a disciplina, tendo como objeto a análise o processo de impeachment da ex-presidente da Dilma Rousseff (PT). Segundo a Procuradoria, a disciplina “afrontaria os princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade moralidade e eficiência da administração pública, a caracterizar ato de improbidade administrativa, além dos ilícitos penais previstos nos artigos 315 e 319 do Código Penal”.

PT nega desistência

A presidente do PT de Minas Gerais, Cida de Jesus, divulgou nota contestando a matéria de O TEMPO que informava a possibilidade de o governador Fernando Pimentel (PT) desistir da reeleição para disputar o Senado. “O diretório do PT realizou reunião na última segunda-feira, onde foi reafirmada a pré-candidatura do governador. Temos a certeza de que a reeleição de Pimentel é o melhor para o povo mineiro”, diz trecho da nota. Cida não deixou de alfinetar o PSDB: “Mesmo herdando um Estado com graves dificuldades financeiras, fruto do desgoverno tucano, Pimentel tem conseguido importantes avanços e fez com que Minas não mergulhasse no caos vivenciado por Estados como Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul e pelo Distrito Federal”. 

“Acredito que o eleitor não votará em políticos envolvidos com atos de corrupção ou naqueles que deram ou dão suporte a pessoas envolvidas com corrupção. Acredito e espero que tenhamos uma grande renovação. As ruas, no momento, estão caladas, mas o silêncio é eloquente.”

Rodrigo Janot

Ex-procurador geral da República

‘Covardia não ser candidato’

O presidente Michel Temer (MDB) afirmou ontem que sem aplausos do povo não é possível governar. Temer surpreendeu ao pedir que a população se aproximasse do palco durante a inauguração de uma obra de irrigação num povoado de Xique-Xique (BA), a 590 km de Salvador. “Eu vou determinar que retirem essas grades pra vocês virem para frente”, disse antes de começar a discursar. Em dois minutos, moradores da região ocuparam a área destinada a autoridades enquanto aplaudiam o presidente. De calça social e camisa branca com as mangas arregaçadas, ele também abandonou o púlpito para falar na beirada do palco com um microfone nas mãos. Em entrevista à revista “Istoé”, Temer disse que “seria uma covardia não ser candidato” e que pretende defender, ele mesmo, o legado de seu governo. “Acho que seria uma covardia não ser candidato. Porque, afinal, se eu tivesse feito um governo destrutivo, eu mesmo refletiria que não dá para continuar. Mas, pelo contrário, eu recuperei um país que estava quebrado”, afirmou.