CPI da Andrade Gutierrez

Vereadores marcam reunião extraordinária antes de votarem relatório final

No encontro, relator vai tirar as dúvidas dos colegas e fazer uma breve apresentação sobre o resultado

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 17 de agosto de 2020 | 18:06
 
 
Vereadores marcam reunião extraordinária antes de votarem relatório da CPI da Andrade Gutierrez Foto: William Delfino/CMBH

A CPI na Câmara Municipal de Belo Horizonte que investiga débitos do município com a construtora Andrade Gutierrez marcou para a próxima sexta-feira (21) uma reunião extraordinária para os vereadores tirarem dúvidas sobre o relatório apresentado pelo vereador Bernardo Ramos (Novo) e para uma apresentação sobre o resultado final do relatório proposto. O parecer deve ser votado na próxima segunda-feira (24) pelos parlamentares.

Na sessão desta segunda (17), ficou estipulado que os membros da comissão têm até o fim desta terça-feira (18) para encaminharem dúvidas e sugestões ao relator. Os pontos serão debatidos e esclarescidos na reunião extraordinária desta semana.

No início da sessão, o relator Bernardo Ramos leu algumas sugestões que ele já havia recebido. "O ideal é que cheguemos a um consenso (sobre a versão final do relatório). Fato é que algumas (sugestões) eu recusei, outras tantas eu aceitei e vamos chegar na sexta e fechar um relatório final", disse Ramos ao Aparte

O relator tem visto com naturalidade alguns questionamentos feitos pelos colegas e não tem visto obstrução nos trabalhos. Ramos deseja que o texto seja aprovado de forma unânime na próxima semana, mas alertou que independente do resultado, pode e deve enviar o parecer dele às autoridades competentes. Caso o relatório seja rejeitado pela comissão na próxima segunda-feira, os demais vereadores vão ter 11 dias para elaborarem outro texto a ser apreciado. 

De acordo com o relatório apresentado por Bernardo Ramos no início deste mês, a Prefeitura de Belo Horizonte pagou R$ 633 milhões à Andrade Gutierrez por três obras nos anos 80 (a canalização do Ribeirão Arrudas, a duplicação do túnel da Lagoinha e a remoção dos aguapés da Lagoa da Pampulha), dos quais R$ 90 milhões foram pagos “a maior”, em valores da época. Atualizados com base em julho de 2020, o valor pago alcança R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 221 milhões “a maior”. 

Entre os “indícios e vícios de irregularidades” encontrados que teriam causado danos aos cofres públicos também estão a contratação e execução dessas obras.