Rio de Janeiro. Uma sindicância do governo federal encontrou irregularidades no processo de concessão de aposentadoria da ex-presidente Dilma Rousseff, revelou a revista “Veja”. O resultado das investigações levou o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, a punir o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas com dez dias de suspensão do serviço público e a servidora Fernanda Doerl com pena de advertência.
De acordo com a “Veja”, que teve acesso ao resultado da sindicância, Carlos Gabas e uma secretária pessoal de Dilma entraram pela porta dos fundos de uma agência da Previdência em Brasília, em 1º de setembro do ano passado, e tiveram ajuda de Fernanda Doerl para furar a fila e obter em tempo recorde a aposentadoria da ex-presidente. No dia anterior, o Senado havia cassado o mandato da petista.
Pelo despacho assinado por Osmar Terra, o ex-ministro foi punido por ter usado de influência para furar a fila, e Fernanda por manipular o sistema para regularizar o cadastro da ex-presidente. Gabas não poderá trabalhar por dez dias e terá o salário descontado. Servidor de carreira da Previdência, ele está cedido para o gabinete do senador Humberto Costa (PT-PE).
Já Fernanda Doerl levou a pena de advertência. A sindicância concluiu que ela considerou, para efeitos de cálculo de tempo de serviço de Dilma, informações que a ex-presidente não comprovava com documentos.
Outro lado. Sobre Dilma Rousseff, a sindicância limita-se a cobrar a devolução de R$ 6.188, referentes a um mês de salário que teria sido pago indevidamente pelo INSS. Apesar disso, a investigação constatou que o valor do benefício da petista é compatível com o determinado. Dilma está recorrendo para não ter que devolver o dinheiro.
Em nota, a assessoria da ex-presidente disse que Dilma aposentou-se com 68 anos, sendo mais de 36 deles de serviços prestados, e negou que tenha recebido qualquer quantia indevida.
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