Precaução

BC bloqueia R$ 47,8 milhões em contas de 19 investigados

Polícia Federal esperava reter R$ 720 milhões, mas encontrou saldo zerado em duas contas

Por Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2014 | 23:20
 
 
Saldo. Fernando Baiano tinha pouco mais de R$ 7 mil, mas suas empresas possuíam mais de R$ 8,5 mi GERALDO BUBNIAK/AGB/ESTADÃO CON

Brasília. O Banco Central (BC) informou nesta quinta ao juiz federal Sérgio Moro que apreendeu R$ 47,8 milhões depositados nas contas bancárias de 16 dirigentes de empreiteiras e de três empresas sob investigação na operação Lava Jato. O valor é bem abaixo da expectativa da Justiça Federal, que esperava bloquear até R$ 20 milhões na conta de cada um dos presos. A Polícia Federal (PF) chegou a afirmar que os valores a serem bloqueados poderiam alcançar R$ 720 milhões.
 

O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque teve R$ 3,2 milhões bloqueados. O executivo Júlio Camargo, que assinou acordo de delação premiada, afirmou que Duque mantém contas em nome de offshore na Suíça e que fez depósitos milionários a título de propina para fechar negócios com a Petrobras.

Apenas as contas de Gerson de Mello Almada, vice-presidente da Engevix, tinham saldo para o bloqueio de R$ 20 milhões, o valor máximo de bloqueio determinado pela Justiça Federal. O bloqueio foi feito, e ainda sobrou saldo de R$ 2 milhões. O executivo com a segunda maior quantia de dinheiro bloqueado é Ricardo Pessoa, da UTC, que teve R$ 10,2 milhões identificados em instituições financeiras.

De acordo com o Banco Central, também foram bloqueados R$ 8,5 milhões nas contas das empresas Technis Planejamento e Gestão em Negócio (R$ 2 milhões) e Hawk Eyes Administração de Bens (R$ 6,5 milhões), que seriam de Fernando Soares, apontado como operador do PMDB na diretoria Internacional da Petrobras. Na conta particular de Soares foram bloqueados R$ 8,8 mil.

Na conta de outra empresa, a D3TM Consultoria e Participações, foram bloqueados R$ 140 mil.

O jornal “O Globo” mostrou que as primeiras varreduras feitas pela PF para o bloqueio indicavam que poderiam ser retidos até R$ 720 milhões de dirigentes de empresas presos na operação Lava Jato. Como esse valor não foi atingido, a PF acredita que as contas bancárias dos investigados podem ter sido esvaziadas antes da determinação da Justiça Federal.

Em dois casos, o BC informou que nenhum valor foi encontrado: Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, e Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa.

A documentação enviada pelo BC ao processo não permite concluir se as buscas continuam ou se esse é o resultado final da apuração da instituição bancária.

A ordem do juiz não atingiu as contas das grandes empreiteiras investigadas no escândalo, como a OAS, a UTC, a Mendes Júnior e a Engevix, mas sim a de seus dirigentes e funcionários.