JUSTIÇA

Betim e outras quatro cidades exigem da Vale R$ 677 milhões em indenizações

Valor é referente aos danos causados pela mineradora nos municípios de Betim, Igarapé, Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas devido ao rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho

Publicado em 19 de março de 2020 | 18:59

 
 
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O Prefeito de Betim, Vittorio Medioli, anunciou nesta quinta-feira (19) uma ação na Justiça em que a cidade e outros quatro municípios requerem uma indenização compensatória de R$ 677 milhões da mineradora Vale para reparar os danos do rompimento da barragem I, da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

O documento, que contém 170 páginas, é assinado também pelas cidades de Igarapé, Juatuba, Mário Campos e São Joaquim de Bicas, todas localizadas na Grande BH.

“São os municípios mais próximos de Brumadinho e que foram também os que mais sofreram com a queda da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho. Estamos tentando negociar com a Vale uma justa compensação por ter acabado com a nossa biodiversidade, ter acabado com os peixes e ter criado todo esse transtorno – uma penalização que praticamente durará 50 ou 100 anos”, explicou Medioli, durante uma live transmitida em suas redes sociais.

De acordo com o prefeito, o pedido de indenização é justo e equivale a 10% dos R$ 2 bilhões do valor a ser pago pela Vale aos 27 municípios atingidos de alguma forma com o rompimento da barragem, ocorrido em janeiro de 2019. 

“O estrago foi feito no rio (Paraopeba) e gerou problemas imensos para a população. São R$ 2 bilhões aos 27 municípios, e uma parte considerável cabe aos municípios mais próximos. Esta ação fica restrita aos cinco municípios aqui representados. Tem mais 22 municípios que podem se habilitar. Nós já tentamos reunir todos eles, aqui tem a janela aberta para cada um entrar e se habilitar ao recebimento dessa indenização compensatória”, afirmou.

Segundo Medioli, o desastre em Brumadinho afetou os sistemas de saúde e de prevenção ambiental dos cinco municípios representados na ação, além de ter abalado “fortemente” as estruturas dessas cidades.

“A Vale é uma empresa complicada. Ela desconhece a autoridade municipal e encontra sempre caminhos que não são os corretos, sem nenhum tipo de transparência. Gasta em propaganda, mas não gasta com as indenizações que ela deve”, disse.

O prefeito citou que os municípios não foram chamados para a negociação das indenizações. 

“Nós não fomos chamados. Há uma delegação do Estado, uma coisa muito confusa, enquanto os municípios que são os representantes da população (não foram convidados). O governador (de Minas Gerais, Romeu Zema) está ciente dessas medidas que os municípios têm que tomar de forma autônoma. O Estado é o Estado, os municípios são os municípios”, afirmou.